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 Académico defende que Moçambique deve valorizar os seus ícones enquanto ainda vivos

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O académico moçambicano Wilson Nicaquela critica a tendência de reconhecer indivíduos apenas após a sua morte. Ele afirma que seria fundamental que o país começasse a valorizar as pessoas enquanto estão vivas, pois, em sua opinião, isso contribuiria para aumentar a auto-estima e impulsionar os esforços rumo ao desenvolvimento.

Wilson afirma que é fundamental que aquelas mesmas pessoas que actualmente oferecem louvores a indivíduos apenas após a sua morte, se manifestem e reconheçam aqueles que estão dando contribuições importantes para o desenvolvimento da província ou do país. Ele acredita que ao valorizar o esforço e a dedicação dessas pessoas, isso as incentivaria a se empenharem ainda mais em suas acções.

“As pessoas costumam evitar manifestações públicas de agradecimento por acções positivas; preferem discutir sobre isso em particular, à sombra de árvores. Durante a vida de Mahamudo Amurane, ninguém se manifestou abertamente para reconhecer as mudanças que Nampula estava vivendo. Porém, após a sua morte, passaram a aparecer, anos depois, para reconhecer que ele foi um grande líder e que fez muito pela cidade. Aceitam Amurane como uma figura essencial, mas considero isso uma forma de hipocrisia e covardia. Por que não reconhecer publicamente quem está contribuindo para o avanço de Nampula, enquanto vivo?”, afirmou Wilson Nicaquela, continuando.

“A mesma atitude está a se observada no assassinato de Elvino Dias e Paulo Guambe, que tinham as suas próprias ideologias e apoiavam os partidos de oposição. Isso não as impede de serem moçambicanas. É mais significativo se identificar com esses cidadãos antes de falecerem do que depois, como se vê agora.”, disse, explicando que “o reconhecimento póstumo é uma injustiça com os vivos”.

Wilson Nicaquela reforça que as personalidades públicas devem receber reconhecimento pelo bom trabalho que realizam, para que, após sua morte, suas conquistas sejam lembradas e celebradas.

Wilson sugere que essa situação comece a se manifestar desde cedo nas escolas e em todos os lugares onde se possa encontrar aquelas pessoas que inspiram admiração entre os moçambicanos.

Wilson afirma, por exemplo, que um estudante que obtém boas notas deve receber reconhecimento, ou que aquele que atinge as habilidades esperadas para uma disciplina específica deve ser recompensado.

“A recompensa pode ser tanto verbal quanto numérica; quando um professor afirma que você é um bom aluno, isso motiva o estudante a se esforçar para manter seu desempenho. Esse é o modelo teórico que deve ser adoptado quando as pessoas governam de maneira transparente, respeitando a dignidade humana, valorizando os direitos humanos e pensando no bem-estar do país e da colectividade. Portanto, é importante reconhecer quando as acções são bem executadas; eu sempre faço questão de dizer que algo foi bem-feito, pois isso incentiva as pessoas”. Wilson expôs ser fundamental transmitir à sociedade a importância do reconhecimento em vida. “Não devemos comparar a fé religiosa com a administração política; não podemos esperar pelo paraíso após a morte para reconhecer boas práticas. As pessoas precisam perceber que uma boa gestão acontece no presente. Muitas vezes, elogios só aparecem após a morte, como aconteceu com Samora, que recebeu reconhecimento apenas quando já não estava mais vivo. Hoje, ninguém comenta as boas acções de Giquira em Nampula, afinal, só se elogia um líder quando ele se torna uma figura histórica. Precisamos imortalizar essas pessoas, transformando-as em objectos de estudo.” Losângela Mussa

 

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