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Wilker Dias vislumbra um caminho incerto com a partida da SAMIM em Cabo Delgado

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Os distritos de Cabo Delgado afectados pela insurgência podem viver os piores momentos, depois do abandono em Julho deste ano da missão militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SAMIM) que apoia Moçambique no combate ao terrorismo, desde meados de 2021, alerta o académico moçambicano Wilker Dias.

Teoricamente, os oito países membros da SAMIM justificaram a retirada das tropas, numa reunião do órgão sobre Cooperação nas Áreas de Política, Defesa e Segurança da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), a limitação financeira para a continuidade em Cabo Delgado, mas viraram as atenções para o combate à escalada de violência no leste da República Democrática do Congo (RDC), onde, há muito, mais de 120 grupos armados que lutam por uma parte do ouro e de outros recursos naturais da região, enquanto efectuam assassínios em massa.

O académico moçambicano Wilker Dias diz que esse “abandono” da SAMIM e consequentemente a virada das atenções a RDC pode justificar-se “no fundo” pelas “falhas que tivemos na fase de consolidação que em matéria de combate ao terrorismo pode ter contribuído também para questões financeiras. Porque se falhamos a fase de consolidação começaremos praticamente o processo, o que irá implicar mais gastos e sem resultados visíveis seria crucial, por esse motivo pode existir a preferência pelo Congo que embora a guerra seja longa pode haver uma fonte de financiamento que não, seja unicamente dos cofres da SADC”.

Segundo o académico, a situação de Cabo Delgado pode agravar, embora presentemente haja um interregno provavelmente por conta do período do Ramadão, período considerado sagrado e bastante crucial para os professantes da religião islâmica em todo o mundo.

“Ficou mais que provado que as nossas tropas não estão em condições de derrubarem os terroristas, para já. Não só pela capacidade física, mas existem também outras componentes tácticas de guerra que nós precisamos de ter em mente. Certamente que as tropas moçambicanas têm dado sangue para poder defender o país, mas não estamos completamente capacitados para poder erradicar isso, por isso é que nós temos as tropas do Ruanda”, disse.

O futuro pode ser incerto, por isso, tem de haver mais trabalho para evitar o recrudescimento e alastramento, segundo entende Wilker Dias. “Certamente que vai exigir maior esforço por parte das nossas tropas, serviços de inteligências, policiais, tropas do, Ruanda e [desencadear] uma operação de perseguição dos terroristas para erradicar este problema, e caso isso não aconteça duvido muito das piores coisas acontecerem”, exortou.

Recorde-se que em Agosto de 2023, a SADC, em mais uma sessão, aprovou a prorrogação da missão da SAMIM por mais 12 meses, ou seja, até Julho de 2024, prevendo um plano de retirada fim do período. Sitoi Lutxeque

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