OPINIÃO
Verdade e Reconciliação
Uma possibilidade seria a realização de uma Convenção Nacional?
Um mecanismo que tem alguma experiência de sucesso em contextos de crise em outros quadrantes, mesmo no continente africano. Um tal debate poderia valer-se de dois instrumentos chaves que oferecem quadros de participação abrangentes e não limitados a um domínio político partidário e poderia ter como alvo a construção de um Pacto Nacional da Paz.”
Uma convenção deste género ou outras iniciativas similares possivelmente permitissem romper com o presente sem fim de acusações mútuas e atribuições de culpa ao outro, entre a Frelimo e PODEMOS, não minha visão é o tempo do país deixar por terra os erros do passado e não se voltar a cometer estes erros, pós tais erros levariam o país para mas uma Guerra civil,
Poderiam também contribuir para o reconhecimento e a aceitação das necessidades e direitos do “Outro” assim como dos danos e sofrimento infligidos mutuamente. Importa que a Frelimo e o PODEMOS se reconheçam como parceiros para o desenvolvimento de Moçambique, parceiros na preservação da Paz e que ambos devem ter uma intolerância constitucional à guerra e ao uso da violência para resolução de conflitos políticos.
A proposta que trago sobre a mediação desde conflito pós eleitoral não deve ser visto como o processo de negociações tal como se mantêm com a Frelimo pode também permitir forçar a Chapo e Venâncio ao reconhecimento desta “terceira” entidade ou posição alicerçada em valores civilizatórios e dos direitos humanos.
Por outro lado, importa manter presentes os custos da guerra, mostrando que a paz é a única alternativa à paz. Iniciativas como projectos para os Moçambicanos, e outros actos que mantenham na memória colectiva os custos da guerra travada entre a Frelimo e O Podemos podem ser uma alternativa a explorar como forma de manter vivo o medo das consequências de uma guerra futura.
Elas devem ocorrer como um processo social que possibilite e estimule o reconhecimento da realidade traumática pela sociedade como um todo.
Freud, reconhecendo a importância de uma cultura de paz, a impossibilidade de uma humanidade pacificada com o bem, escreveu que tudo aquilo que trabalha pelo desenvolvimento da cultura e para o reconhecimento dos males causados pela guerra trabalha também contra a guerra (Freud, 1976c).
Importa revisitar o passado e a história, assumindo responsabilidade por ela, como “Sujeitos” da mesma. A história de Moçambique deve permitir que tanto a Frelimo como a PODEMOS se revejam nela e que as suas contribuições para o crescimento da Nação moçambicana sejam reconhecidos, os seus heróis sejam os heróis comuns da Nação.
Os moçambicanos podem, seguindo métodos indirectos, combater a guerra através da estimulação da actuação de Eros, o antagonista , aprofundando os laços emocionais humanos entre todos de acordo com a máxima “ama o teu próximo como a ti mesmo” e motivando a identificação que aproxima os moçambicanos e gera a comunhão, o compartilhar do espaço comum que é Moçambique, não só como um espaço físico, mas também um espaço social, económico e político; partilharem e construírem a utopia comum de paz, fraternidade e igualdade de direitos e oportunidades para todos.
Dai que apresento a seguir a minha solução para para este Conflito pós eleitoral!
A verdade e reconciliação é uma necessidade histórica em Moçambique:
1. Após a independência promulgou-se a Lei das Nacionalizações. Muitos moçambicanos de ascendência portuguesa ficaram feridos com a decisão, embora o mérito que acarretou;
2. Em 1992 assinamos o acordo geral de paz. Mas as feridas não foram tratadas. Ninguém pediu perdão a ninguém. Foi uma paz sem reconciliação. Uma paz armada, pois os corações ainda continuaram magoados. As incursões do governo sobre a RENAMO são o reflexo de uma paz sem reconciliação. Acomodar uma e outra reivindicação da Renamo não significou a reconciliação entre os Moçambicanos;
3. Às actuais manifestações são um reflexo de uma sociedade profundamente dividida e magoada. Os vários discursos nas redes sociais revelam este lado tenebroso;
4. Mesmo que VM eventualmente assuma o poder, haverá outro grupo de ressentidos e que vão querer revidar. Será o início de outro ciclo de violência;
5. Previsamos de sentar como Moçambicanos e exteriorizar as nossas mágoas;
6. A Criação de uma Comissão de Verdade e Reconciliação é uma urgência para nos perdoarmos pela nossa história desde 1975;
7. A Comissão deverá criar espaço para que o governo assuma que o perdão e a reconciliação tenham um efeito jurídico: perdão de todas as atrocidades cometidas pelos ambos os lados.
8. Necessidade de retirar todos os processos judiciais em curso quer em Moçambique quanto em Haia;
9. O VM e o Chapo deverão estabelecer uma plataforma de diálogo para a viabilização de propostas de governação;
10. A Comissão deve criar garantias de integridade física de todos os envolvidos nas atrocidades durante as manifestações;
11. Todos os envolvidos devem assinar o compromisso de que a Violência nunca mais.
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