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OPINIÃO

O QUASE UM PAÍS IX: MOÇAMBIQUE À BEIRA DE UM COLAPSO

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É urgente refundar Moçambique!

Desde que Moçambique é Moçambique, nunca foi tão necessário repensar a fundação da nação como agora. Pois, como as coisas estão, pode não ser hoje ou exatamente amanhã, mas a longo prazo, o que pode vir a acontecer será pior do que a colonização portuguesa e a guerra civil dos 16 anos juntas. Chega de ter uma paz à custa do silêncio de muitos.
O nível de insatisfação e vulnerabilidade da sociedade, em especial dos jovens, atingiu um ponto perigoso. Hoje, basta uma faísca para desencadear uma insurgência jamais vista no país. Há um erro fatal sendo cometido pelas lideranças: ignorar os sinais evidentes de descontentamento, subestimando até que ponto a revolta pode escalar.
Enquanto o governo se mantém ocupado com disputas internas e guerras de ego, recusando-se a admitir erros, o país afunda. O pior é que as soluções para muitos dos problemas já foram diagnosticadas, mas continuam engavetadas porque exigem que “bispos”, “torres” e “cavalos” caiam. Entretanto, manter figuras intocáveis no poder às custas do sofrimento do povo é uma escolha insustentável.
Estamos diante de um cenário onde, se surgir alguém com os recursos certos e uma narrativa convincente, pode facilmente canalizar essa frustração para algo muito maior e mais violento. Quando uma população desesperada ataca cadeias, arranca armas e se revolta estando desarmada, o que impediria essas mesmas pessoas de aceitar armas de alguém com intenções obscuras? O caos pode ser facilmente financiado, e o atual nível de descontentamento torna a sociedade ainda mais vulnerável a essas possibilidades.
Médicos, professores, polícias e toda a função pública estão insatisfeitos, mesmo sem se manifestar diretamente. O governo precisa encarar a realidade: há um desgaste irreversível em sua relação com o povo. Fingir que nada está acontecendo ou tratar as manifestações legítimas como simples ruído só alimenta o barril de pólvora.
Refundar Moçambique não é apenas uma necessidade política; é uma questão de sobrevivência nacional. É preciso resgatar o sentido de nação, restaurar a confiança da população no Estado e, sobretudo, garantir que as gerações futuras tenham um país onde possam viver com dignidade e sem medo.
O momento de agir é agora. Esperar pelo pior não é uma opção.

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