Connect with us

DESTAQUE

“Tivemos que preparar omeletes sem ter ovos suficientes, por várias vezes”

Publicado há

aos

O ex-presidente da República de Moçambique, Filipe Jacinto Nyusi, afirmou esta manhã, que ao longo da última década, a sua administração teve que “preparar omeletes sem ter ovos suficientes”, diante dos desafios que encontrou e que ainda afectam o país.
O ex-líder destacou diversos desafios, iniciando com os desastres naturais que resultaram na morte de centenas de cidadãos, na destruição de infraestruturas e que impactaram o sector vital da economia; a tensão militar na Região Centro do país, uma espécie de guerra civil que afectou e dificultou o progresso económico e social de toda a nação; além do terrorismo e do extremismo violento, que provocou milhares de mortes e uma grande onda de deslocados em Cabo Delgado, afectando assim os investimentos, tanto nacionais quanto estrangeiros.
Comentou ainda sobre a pandemia da Covid-19, que segundo ele forçou o governo a direccionar os escassos recursos disponíveis no país para frear a disseminação do vírus. No seu discurso de despedida como presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, ressaltou o que ele vê como as suas principais conquistas, destacando a paz e a reconciliação nacional. Ele mencionou os progressos na diplomacia que fortaleceram o respeito por parte da comunidade internacional, o significativo empenho na prevenção e gestão de riscos de desastres, a implantação de várias infra-estruturas económica e social em todo o país, além dos avanços na exploração de hidrocarbonetos.
Nyusi ainda destacou que, ao longo da última década, sua administração e o povo moçambicano, de maneira geral, lidaram com desafios de grande magnitude histórica.
“Não podemos esquecer o desafio das restrições orçamentais, que nos foram impostas pelos países financiadores. Essas restrições influenciaram sobremaneira o desempenho da governação, mas com trabalho abnegado, determinação e empenho de todos os moçambicanos, conseguimos enfrentar e superar essas dificuldades que foram enormes obstáculos” disse Nyusi, acrescentando que “em reconhecimento a toda essa capacidade de resistir e recomeçar, não posso deixar de render a minha singela homenagem ao povo moçambicano, este povo que eu chamei de meu patrão, este generoso povo que tive o privilégio de servir”.
Filipe Nyusi admitiu que ainda existem muitos desafios a serem realizados, mas afirmou que, com grande dedicação, nos últimos dez anos, o país alcançou o que era possível fazer com o apoio de todas as forças activas da sociedade.
“No momento em que me retiro da mais alta magistratura do nosso estado, ao fim de uma década de caminhada de mãos dadas ao serviço da nossa pátria, constitui para mim e para minha família, um enorme privilégio poder dirigir-me aos moçambicanos. Nesta ocasião, queremos exprimir o nosso profundo respeito e gratidão ao povo moçambicano do Rovuma ao Maputo, do Zumbo ao Índico e na Diáspora, pela oportunidade que nos proporcionou de sermos seus servidores. Queremos manifestar o quão apreciamos o inestimável apoio e carinho de que fomos alvo no exercício das nossas funções” agradeceu.

Em contrapartida, Filipe Nyusi expressou sua prontidão, como cidadão moçambicano, para oferecer apoio em tudo que for necessário, respeitando as obrigações vigentes e as suas habilidades, para promover ainda mais o desenvolvimento da nação. Nyusi concluiu o seu último pronunciamento como o principal líder da nação, apelando à Comunidade Internacional para manterem o seu apoio a Moçambique de maneira sincera e clara, uma vez que o país necessita de paz, reconciliação nacional, estabilidade e um fortalecimento da democracia.

“Mais do que tudo, nosso país precisa de respeito pelo seu tempo e pela sua soberania, para que, sem pressões externas, encontre a sua própria forma de resolver os seus assuntos”, concluiu. Celso Alfredo

 

Continue Lendo
Clique para comentar

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Mais Lidas