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SOCIEDADE

Segundo Pedrito Cambrão: “As migrações propiciam o aumento da criminalidade e fazem do país corredor de drogas”

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O académico moçambicano, Pedrito Cambrão, afirma que as migrações, sendo factores centrais da globalização, representam uma das influências que enfraquecem o poderio do Estado-nação

Pedrito Cambrão, que falava ao Rigor logo após a sua participação em via online, nesta Quinta-feira (12.12.2024) em um seminário sobre migrações, promovido pelo Centro de Estudos Africanos do Instituto Superior de Estudos Sociais e Relações Internacionais de Angola-Luanda, na qual actuou como coordenador do Eixo: Migrações Continentais e Intercontinentais, mencionou que a imigração e a pluralidade étnica colocam em risco percepções similares da identidade nacional, uma vez que geram uma sociedade sem raízes étnicas comuns.

“O desgaste da autonomia do Estado-nação enfraquece os controles fronteiriços e a assimilação. O resultado destes processos é a emergência de comunidades transnacionais, de identidades múltiplas e de cidadanias compósitas, heterogéneas ou mescladas”.

Segundo o estudioso, o surgimento de sociedades multiculturais suscita importantes desafios às identidades nacionais.

“A globalização alterou o contexto das migrações. As novas TICs e de transportes permitem fluxos frequentes e multidireccionais de pessoas, de ideias e de símbolos culturais. O desgaste da autonomia do Estado-nação enfraquece os controles fronteiriços e a assimilação. O resultado destes processos é a emergência de comunidades transnacionais, de identidades múltiplas e de cidadanias compósitas, heterogéneas ou mescladas”.

Segundo o académico, o Estado-Nação já não é o mesmo com a intensa actividade de migração. “Há decisões que dependem da conjuntura global. Os imigrantes transnacionais com suas corporações multinacionais são mais fortes do que os Estados-nações, ao ponto de influenciar as políticas públicas destes Estados-nações.

Instado a comentar sobre as migrações no contexto de Moçambique, o académico destaca as vantagens e desvantagens trazidas pelas migrações.

Sobre as vantagens refere que Moçambique ganha na questão da interculturalidade enquanto se aprendem usos e costumes de uns e de outros: locais e imigrantes, para além “da aceitação ou tolerância doutros ditames culturais, nesta aldeia global, a solidariedade com os que imigram por várias razões, cientes que também fomos emigrantes”

Falando sobre as desvantagens, o académico disse que as migrações são os grandes responsáveis da alta de criminalidade, do corredor de drogas ou criminosos, perda de espaço comercial, daí que defende a necessidade de Moçambique estar preparado para a migração transnacional que transcende os ditames dos estado-Nação.

Pedrito Cambrão diz que as Migrações constituem um importante factor de mudança social no mundo contemporâneo, por serem responsáveis pelas transformações económicas, demográficas, políticas e sociais que ocorrem no seio de uma dada sociedade que faz com que as pessoas emigrem. Por sua vez, estas migrações produzem mudanças, tanto no país de origem, como no de acolhimento.

“Actualmente, as migrações tornam-se cada vez mais comuns, a medida em que as pessoas se movem a busca de segurança e de melhores condições de vida: das aldeias para as cidades; de uma região para a outra no país, ou entre países e continentes”, refere Cambrão que entende que igualmente As migrações contribuem para a erosão das fronteiras tradicionais entre línguas, culturas, grupos étnicos e Estado-nação, assim desafiando as tradições culturais, a identidade nacional e as instituições políticas, e contribuindo para o declínio da autonomia do Estado-nação.

Por outro lado, Pedrito Cambrão fala sobre as migrações ambientais, que segundo ele são tem a origem na desertificação, a desflorestação, a escassez de água, a salinização de terras irrigadas e a redução da biodiversidade tidas como causas ou factores principais. “Estes factores estão ligados ao rápido crescimento da população em países menos desenvolvidos, bem como a alterações climáticas globais. Mas, o principal problema talvez não consista propriamente nas mudanças ambientais, mas antes na capacidade das diferentes comunidades e dos diferentes países para lidar com elas. E isso, por sua vez, está estreitamente ligado a problemas de subdesenvolvimento e às relações Norte e Sul global”. Raufa Faizal

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