SOCIEDADE
Polícia mata criança de 8 anos no encerramento das manifestações 4×4 em Nampula
A Policial da República de Moçambique, em Nampula, é acusada de ter alvejado mortalmente nesta Quarta-feira contra uma criança de 8 anos que estava brincando nas proximidades de sua casa, na área do Waresta, no bairro de Natikire, durante o último dia das manifestações 4×4 convocadas por Venâncio Mondlane.
O Mercado do Waresta foi cenário de embates directos entre a Unidade de Intervenção Rápida e os apoiadores de Venâncio Mondlane. Durante esse intenso confronto, uma criança foi atingida na nuca por uma bala real e não sobreviveu aos ferimentos.
O incidente aconteceu aproximadamente às 17 horas desta Quarta-feira.
Segundo a avó da criança morta, o senhor Baptista Agostinho, “o meu neto estava aqui fora a brincar com amigos deles e quando eles se aperceberam do perigo, ou seja, dos tiros, na tentativa de fugir o meu neto foi baleado mortalmente, por um agente da polícia”.
Em vida, a criança era conhecida como José Benedito. Neste ano, frequentou a primeira classe na Escola Primária de Mutimacanha.
O avô da vítima expressa a sua tristeza pela tragédia e critica a conduta inadequada da polícia da República de Moçambique, solicitando que se faça justiça pela perda de seu neto.
“Ontem quando aconteceu isto, as pessoas que estavam aqui levaram ele até a polícia e lá pediram os dados da criança, era para a polícia levar ele para o hospital, mas eu proíbe que fosse levado, pede que o corpo do meu neto me fosse entregue, porque eu não tinha dinheiro, foi quando eles orientaram que deveríamos ir depois na polícia de Natikire. Mas eu estou muito triste, pelo que a polícia fez com o meu neto. É a polícia que matou ele, uma autoridade, mas peço que a justiça seja feita”.
Os vizinhos e outros familiares da vítima expressam a sua tristeza pela perda da criança, ressaltando que ela não estava envolvida na manifestação. Além disso, eles clamam por responsabilidades da polícia em relação às mortes ocorridas desde o início das manifestações.
“O que a polícia faz não é bom, ele era uma criança inocente que não sabia de nada e nem manifestava, mas a polícia matou ele. Nós queremos justiça, se existe justiça aqui em Moçambique, nós queremos. Se foi uma vida, aquele menino não era animal”, disse Catarina Mário, vizinha da vítima.
“Eu não sei o que dizer, porque estou desmoralizado. Faço parte da família e é lamentável. O menor era bem-comportado, mas acabou morrendo como se fosse um marginal, alguém que roubou ou matou!”, lamentou um parente da vítima, identificado por Manuel Armando. Vânia Jacinto
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