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SOCIEDADE

Psicólogo Aristides Rodrigues diz que gravidez precoce e contexto social aumentam o abandono de recém-nascidos no País

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O Psicólogo moçambicano Aristides Rodrigues, afirma que a pressão social e a frustração psicológica enfrentadas pelos adolescentes, após uma gravidez precoce são dois dos principais factores que contribuem para que, em diversas cidades, mães jovens tomem decisões drásticas, levando ao triste fenómeno de bebês recém-nascidos sendo deixados ou abandonados.

De acordo com o psicólogo, essas pressões são impactadas pelo sentimento de culpa que muitas adolescentes enfrentam ao engravidar antes de concretizarem os seus objectivos.

O psicólogo argumenta que as comunidades, especialmente os pais, devem promover o diálogo entre pai e filhos como uma maneira essencial de fortalecer os laços, o que é crucial para evitar situações desse tipo.

“ Esse assunto já vem acontecendo há bastante tempo, os estudos apontam que a maioria das pessoas envolvidas é a camada adolescente. Há vezes que tem sido pessoas adultas, mas a percentagem é menor em relação à percentagem dos adolescentes. Porque é que isso acontece? Primeiro temos dois factores, primeiro é o factor  social.  A pressão que a sociedade vai trazer mediante essa prática dos adolescentes é a prática de sexo precoce que vai culminar com a questão da gravidez, então se engravida, depois a sociedade opina, perguntando como vais gerir esta questão, estás na casa do seu pais, como vais alimentar a criança? Então essa pressão social, vai fazer com que os adolescentes optem mesmo por interromper a gravidez ou mesmo após nascer, levar o bebé feto e encaminharem para a lata de lixo.”

O psicólogo, destacou que um dos factores que pode levar uma mulher a abandonar seu bebé é a influência social exercida pela sociedade.

Além da influência social, o psicólogo Aristides Rodrigues, menciona que outro aspecto relevante é o psicológico. Segundo ele, quando uma jovem engravida antes de alcançar suas metas pessoais, pode escolher abortar ou abdicar do bebé, com o intuito de posteriormente realizar os seus desejos.

“Outro factor vai ser o factor psicólogo, que é inerente a pessoa, a própria pessoa anseia por outros os objectivos. Por exemplo, a quem primeiro quer estudar, forma-se para depois trabalhar, contrair o casamento e depois v contrair os frutos que são as crianças, e quando esse plano é frustrado, frustrado entre aspas,como solução naquele instante é interromper para cumprir aquele que era o seu trajecto de vida, que estudar, formar-se, como o casamento e ter o bebé”, disse Aristides Rodrigues, ressaltando  que a pressão social e psicológica é um dos principais motivos que levam jovens mães a abandonarem seus filhos.

Assim, para que questões de género não se manifestem na sociedade, o psicólogo Aristides Rodrigues, afirma que é essencial a comunicação entre os pais e filhos, para compreenderem os danos de matar e abandonar um bebé.

“É preciso que a família sente com as adolescentes, as pessoas que praticam isso e que possam se sensibilizar. É natural, aconteceu porque não prevenimos, aconteceu porque fizemos, mas isso não vai fazer com que o nosso o plano de vida pare. É preciso que nós, que somos familiares, mesmo que não tenha uma situação de adolescentes envolvida nisso, sentarmos com elas de modo a sensibilizar a não fazer aquilo, que quando engravidar deve falar e fazer com que isso não estrague o seu percurso de vida.”

Além de ser fundamental o diálogo entre a família e os jovens, o psicólogo reconhece que os meios de comunicação desempenham um papel essencial na sociedade, ao informar e educar os cidadãos. Segundo ele, nesse contexto, a participação activa dos meios de comunicação social se torna vital.

“Vocês, como a média, também têm esse papel de sempre comunicar de modo a sensibilizar esses adolescentes. Eu penso que só dessa maneira poderíamos acabar ou reduzir com essa prática, mas é um processo. Não é uma coisa que podemos começar hoje e hoje mesmo terminar, não, é um processo, precisa o envolvimento de todos nós”, disse o Psicólogo, também enfatizando o papel dos médicos psicólogos nesta luta.

“O psicólogo também tem um papel, que é fazer sempre campanhas de sensibilidade. Encontramos situações desse género na comunidade que acontece e depois clamam por justiça, mas não é assim. Nós não devemos esperar essas situações para depois clamar por justiça. O que se deve fazer é arranjar meios, como a televisão, a rádio, jornais para termos palestras e informações de modo a sensibilizar a própria camada adolescentes, só assim podemos acabar, esta que é uma situação triste,” afirmou Aristides Rodrigues, ressaltando que a redução dessa prática é um processo necessário. Vânia Jacinto

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