SOCIEDADE
População de Namicopo denuncia barreiras no acesso ao atendimento médico em quase todas as Unidades Sanitárias de Nampula

Todos os indivíduos que se dirigem às unidades sanitárias na cidade de Nampula com uma forma de identificação, seja ela documental ou verbal, que comprove residência em Namicopo, não recebem atendimento, e caso ocorra algum atendimento, este não é satisfatório.
Várias mães e cuidadoras relataram à nossa reportagem sobre a situação. Conforme informações obtidas, após o saque e a destruição de todo o material clínico no centro de Saúde de Namicopo, a comunidade começou a procurar atendimento nos Centros de Saúde de 1º de Maio, 25 de Setembro e também no Centro de Saúde de Napipine, três estabelecimentos que se tornaram menos acessíveis para os moradores de Namicopo.
Diante da circunstância, algumas mães, devido a questões de saúde, tanto suas quanto de seus filhos e/ou parentes, sentem-se obrigadas a alterar as informações fornecidas para garantir um atendimento adequado.
Yolanda Mário, uma das nossas entrevistadas em Namicopo, havia acabado de voltar do Centro de Saúde 1º de Maio no momento da entrevista, onde se dirigiu à procura de assistência médica. Ela expressou a sua preocupação com as condições observadas nas unidades sanitárias para todos os doentes que declaram ser residentes de Namicopo.
“Fui alvo de insultos e desprezos para conseguir atendimento. É triste que nós, mulheres, sejamos as que arcam com as consequências da destruição do centro de saúde. Ao chegar ao hospital, só por ser de Namicopo, já somos submetidas a um tratamento inadequado. As enfermeiras parecem ignorar que nós, mulheres, não conseguimos causar essa destruição; somos nós que enfrentamos as dificuldades, principalmente em relação aos nossos filhos”, enfatizou.
Todas as mulheres entrevistadas, embora reconhecendo o grande erro que os protestantes cometeram ao se mobilizarem pela destruição do Centro de Saúde de Namicopo, afirmam que não conseguiram impedir essa acção, considerando a força demonstrada pelos homens envolvidos nos actos.
“Estamos enfrentando dificuldades, pois algumas enfermeiras se recusam a nos atender, associando-nos ao vandalismo supostamente cometido por nossos filhos e maridos. Com a destruição das esquadras e das duas unidades sanitárias deste bairro, não temos opções e somos forçadas a fornecer informações falsas sobre nossa identidade para conseguirmos atendimento”, revelou Fátima Caetano, uma das pessoas que entrevistamos.
Teresa Torres, uma das entrevistadas, expressou igualmente a sua tristeza em relação à situação e, assim como as demais, apontou que as mulheres são as mais afectadas pela ausência de um hospital em Namicopo.
“Estamos sendo penalizadas por acções que não cometemos, enfrentamos ofensas e recebemos atribuições negativas simplesmente por sermos moradoras de Namicopo.”
Mania Ossumane, outra moradora de Namicopo, reportou que, além da ausência de um hospital, a criminalidade tem aumentado desde que ambas as esquadras (terceira e quinta) foram destruídas, forçando a polícia a se afastar da região devido ao clima de insegurança.
“Pedimos a reposição da esquadra vandalizada, recebemos muitas chapadas. Isso nos aflige enquanto mulheres e mães”.
O Rigor tomou conhecimento igualmente de que, nas esquadras da cidade, o atendimento a qualquer pessoa que apresente a identificação de Namicopo está suspenso.
Na semana passada, o Governador de Nampula, Eduardo Abdula, iniciou uma nova fase ao causar surpresa com uma visita rápida a Namicopo, uma área que desde Outubro não havia recebido a presença de nenhum dirigente, devido ao receio de possíveis ataques.
Enquanto esteve no Centro de Saúde de Namicopo, Eduardo Abdula, determinou um prazo de 90 dias para a recuperação do hospital e de outras infra-estruturas danificadas na região, incluindo as terceira e quinta esquadras.
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