SOCIEDADE
Nampula apresenta redução surpreendente nos casos de dependência de drogas, desafiando estatísticas alarmantes de consumo

Embora a província de Nampula sugira uma alta taxa de uso de substâncias ilícitas, o Gabinete Provincial de Combate à Droga, informou que tem observado uma redução no número de casos de dependência tratados nas unidades de apoio aos usuários de drogas e no hospital psiquiátrico de Nampula.
No ano de 2024, a província de Nampula registou 3.721 usuários de drogas com transtornos relacionados ao uso de substâncias psicoactivos, comparado a 3.886 em 2023, representando uma diminuição de 165 casos.
Embora tenha havido uma diminuição no número de usuários de drogas na província, o Gabinete Provincial de Combate à Droga em Nampula expressa a sua preocupação, pois o nível de consumo ainda é considerado elevado, conforme mencionado pela sua directora, Isabel Sanfins.
“De facto, em comparação com anos anteriores, observou-se uma diminuição, mas existem muitos relatos que indicam que o trabalho realizado ainda precisa ser intensificado. Temos acompanhado diversas conversas e situações relacionadas ao uso de cocaína na província de Nampula. Contudo, em nenhum momento essa substância foi apreendida, ao lado de outras drogas como anfetaminas, canábis sativa e heroína. A cocaína ainda não teve apreensões, embora haja relatos de seu uso. Já estivemos em ambientes onde notamos pessoas utilizando cocaína, e isso gera preocupações contínuas”.
Isabel Sanfins expressou uma satisfação notável com a aderência aos estabelecimentos de saúde por parte de indivíduos dependentes que procuram se afastar do consumo de drogas, evidenciando o sucesso das campanhas de conscientização nas comunidades.
“A aderência se deve ao facto de estarmos promovendo os serviços oferecidos pelo centro de saúde, assim como pelo centro comunitário de apoio a usuários de substâncias. O facto de 3721 pessoas terem sido encaminhadas para o centro de saúde mental e de suporte a usuários de drogas demonstra o interesse das famílias em ajudar seus parentes que estão enfrentando problemas relacionados ao consumo de drogas. Muitas famílias têm nos procurado com a preocupação de ter filhos envolvidos com essas substâncias, e por isso, estabelecemos essa ligação, direcionando-as tanto para o centro de saúde mental quanto para o centro comunitário de apoio a usuários de drogas”.
Ao ser questionada sobre as substâncias psicoactivos mais utilizadas e o segmento da população que mais consome, a directora do Gabinete de Provincial de Combate à Droga em Nampula, ressaltou que os jovens do sexo masculino se destacam. Entre as drogas, mencionou a canábis sativa e o álcool como as mais frequentes na província de Nampula.
Um aspecto que se destaca é o uso de substâncias ilícitas nas instituições de ensino, o qual tem afectado a violência nas escolas entre estudantes e educadores.
“No ano passado, não foram registados muitos casos de uso de drogas, acredito que isso se deve ao trabalho realizado directamente com as escolas. Temos promovido reuniões com directores, pedagogos e os presidentes de conselhos de escolas para desenvolvermos estratégias que visem eliminar o consumo de substâncias ilícitas no ambiente escolar, evitando que as instituições se tornem pontos de tráfico. Nesse sentido, em todas as escolas de ensino secundário da província, incluindo a cidade e os distritos, estabelecemos núcleos de combate às drogas. Nossa intenção é capacitar os jovens que fazem parte desses núcleos para que se tornem cada vez mais actuantes e vigilantes”.
A directora fez um apelo aos pais e encarregados de educação para exercerem seu papel na supervisão dos filhos, evitando que eles se envolvam com drogas.
“ O diálogo é essencial; a educação começa no lar. É crucial que nós, como pais, estejamos sempre atentos ao que acontece com nossos filhos, estabelecendo uma base sólida de diálogo entre nós. Vivemos em um tempo em que frequentemente sentimos que não dispomos de tempo, levando uma vida apressada. Quando nos damos conta, problemas sérios já estão ocorrendo em casa, como um filho se envolvendo com drogas ao longo dos anos, devido a uma depressão que muitas vezes é ignorada, assim como o isolamento social, o qual é igualmente negligenciado”. Vânia Jacinto
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