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Maurício Régulo: “A ausência de Naparamas nas forças de segurança pode estar a alimentar os ataques do grupo”
O analista político Maurício Régulo acredita que os ataques realizados pelo grupo “Naparamas” na província de Nampula, em meio às manifestações organizadas por Venâncio Mondlane, possam estar relacionados à ausência de uma estrutura legal nas forças de defesa e segurança, devido ao seu envolvimento na guerra civil e no terrorismo em Cabo Delgado.
Na semana passada, um grupo de “Naparamas” iniciou ofensivas contra diversas instituições governamentais em diferentes áreas da província da Zambézia. Segundo o analista político Maurício Régulo, essa situação é alarmante, especialmente em um momento em que todos os segmentos da sociedade estão no exercício de reivindicação.
“O assunto dos Naparamas não é novo. Eles apareceram pela primeira vez na década de 80 durante o conflito da guerra civil em auxílio às Forças de Defesa de Moçambique devido a sua incapacidade de conter as investidas da Renamo. É muito bem possível que o problema seja o seu enquadramento legal pelos seus préstimos durante a guerra civil ou nesta do terrorismo” afirmou Maurício.
Segundo o especialista, quando um grupo que usa instrumentos rudimentares ataca órgãos estatais que utilizam armas de fogo, isso evidencia dois aspectos: a sólida estrutura desse grupo e a vulnerabilidade das instituições do Estado. Portanto, para Régulo, é crucial que o Estado Moçambicano compreenda os motivos que levam os naparamas a atacarem as instituições públicas, sob o risco de o país enfrentar um novo conflito após a resolução do término do conflito no Norte de Moçambique.
“Não menos importante é o tipo de mensagem que o grupo nos pretende transmitir visto que, não se sabe ao certo como o Estado se desfez do grupo depois da guerra civil. Esse grupo difere da Força local que combate o terrorismo em cabo delgado que tem uma legislação específica. Aliás, os Naparamas também ajudam no combate ao terrorismo, mas sem nenhum compromisso legal com o Estado. Por isso, é minha opinião que o Estado esteja atento a essas pequenas bolsas de insurgências para evitar os erros que cometemos no Norte da província de Cabo Delgado”.
Maurício Régulo diz que este ressurgimento de Naparamas mostra ao governo de Moçambique a necessidade de agir com transparência ao contratar qualquer tipo de grupos para lidar com questões estatais, especialmente entidades militares.
“Mas também o Estado não pode estar a negociar com grupos isolados ou, então, acomodar interesses obscuros de grupos que não se sabe ao certo o que reclamam. Daí que, sou de opinião que os estrategas militares e políticos vão começar a investir na causa do problema”. Vânia Jacinto
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Msupinho
Dezembro 26, 2024 at 7:49 pm
Óptimo Trabalho do Jornal Rigor e da Vânia Jacinto!!!! Força!!!