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Suspensão temporária de manifestações na cidade de Nampula: comerciantes blindam seus estabelecimentos enquanto a comunidade faz compras
Após três dias de severos actos de vandalismo contra infraestruturas públicas e privadas, além de saques em armazéns, lojas e barracas de produtos variados, os manifestantes que apoiam Venâncio Mondlane decidiram interromper temporariamente essas acções na cidade de Nampula.
Essa pausa está sendo utilizada, por um lado, para a população realizar compras, e por outro, para que os proprietários de estabelecimentos comerciais reforcem a segurança de suas lojas com o uso de chapas e ferros para impedir a quebra das montras.
Algumas lojas, como o Shoprite, que reabriram suas portas, estavam bastante movimentadas, com filas que chegavam a 100 metros. Longas filas se formavam tanto dentro quanto fora desses estabelecimentos.
Produtos como arroz, farinha de milho, óleo, açúcar, batatas e peixe eram os mais procurados pelos consumidores.
Nossos entrevistados expressaram sua insatisfação com as dificuldades enfrentadas nos últimos três dias em Nampula e fizeram um alerta sobre a possibilidade de uma fome generalizada caso a situação de paralisação persista. Eles ressaltaram que não conseguem garantir uma cesta básica por longos períodos, uma vez que muitos dependem de pequenos negócios que ficam paralisados durante manifestações, especialmente aquelas que se tornaram violentas como as observadas recentemente.
Laila Joaquim é uma das muitas cidadãs que expressou sua preocupação: “Saí de casa bem cedo na tentativa de encontrar alguma loja que venda alimentos na cidade, já que nos bairros tudo está em estado de vandalismo. No entanto, o que observamos aqui é que muitos empresários estão fechando as suas lojas, enquanto aqueles que continuam abertos enfrentam longas filas”, comentou Laila, que ainda adicionou: “Todos sabemos o motivo dessa situação, por isso faço um apelo ao governo para que se reúna com Venâncio Mondlane e procure soluções para os problemas que estamos enfrentando, pois podemos acabar morrendo de fome”.
Diversas lojas encerradas ao público estavam passando por obras de reforço. A cidade de Nampula está apresentando uma imagem negativa, uma vez que as montras que outrora embelezavam o local e exibiam os produtos à venda foram tapadas com chapas metálicas e ferros, comprometendo toda a estética. Alguns empresários que optaram por não conceder entrevistas relataram ao Rigor que decisão pretende proteger o que restou após os saques ocorridos nos últimos três dias.
Dois jovens que preferiram manter seus nomes em sigilo relataram o seguinte: “Nós ficamos na fila para entrar, por muito tempo, mas após entrarmos, ficamos mais de duas horas para fazer o pagamento de apenas um saco de farinha de 10 quilos, e dois litros de óleo, a situação não está boa”, afirmou um deles.
“Graças a Deus, aqui os preços ainda não subiram, mas com o andar do tempo, creio que vamos ter escassez de tudo, não porque não existem, mas porque os agentes económicos têm medo de se arriscar e deixar suas lojas abertas”, comentou o outro jovem, que também optou por não se identificar.
Em Nampula, é comum ouvir conversas sobre a paralisação de hoje, que visa preparar os manifestantes para o encerramento das manifestações V8 programado para amanhã.
Em uma transmissão ao vivo, Venâncio Mondlane solicitou aos manifestantes que cessassem a depredação das infraestruturas comerciais, argumentando que danificar lojas é semelhante a um sequestro.
Não está claro se essa interrupção é uma resposta à live ou se é uma pausa espontânea, como se cogita em alguns círculos que continuam activos, especialmente nas paragens de táxi-moto, que costumam estar bem informadas sobre questões de manifestações. Celso Alfredo
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