INGD ainda não tem plano de contingência para época chuvosa em Nampula

O Instituto Nacional de Gestão do Risco de Desastres (INGD) Naturais em Nampula, ainda não tem um plano de contingência para evacuar as famílias, que residem em áreas de risco na província, mesmo diante da iminência do período chuvoso.

A Delegada Provincial, Anacleta Botão, disse ao Rigor que o Instituto Nacional de Gestão do Risco de Desastres, costuma a trabalhar em coordenação com outras entidades, especialmente na elaboração do plano de contingência.

Contudo, a Delegada do INGD, assegurou que um plano de contingência será tornado público até Outubro próximo.

“Cada época chuvosa, nós trabalhamos com base no prognóstico, então quando for a vez havemos de vos comunicar. Em função do prognóstico para época chuvosa 2024_2025, iremos informar, quando iniciarmos os trabalhos. Agora, não temos informações a dar, quando tivermos os documentos e as informações preparadas, iremos comunicar”, disse Anacleta Botão.

Comunidades à margem dos Rios Muhala, Carrupeia E Napipine em perigo iminente de desastres naturais

 Embora o Governo ainda não tenha um plano definitivo, em relação ao destino das famílias que vivem próximas aos rios, os munícipes localizados nas proximidades dos Rios Muhala, Carrupeia, Napipine e Nicutha, na cidade de Nampula, começam a sentir a preocupação. Essas famílias enfrentaram diversos desafios durante a última época de chuvas para manterem suas casas em pé.

Desorientado quanto ao destino, Mariamo Momade, uma idosa residente próximo do Rio Muhala, em Nampula, solicita assistência do Governo para se mudar.

“Eu gostaria que fosse ajudada, me dessem um bom sítio para construir, porque daqui há pouco irão iniciar as chuvas, como vês a minha casa está em perigo de ser arrastada. Quando chove de noite, não durmo, porque tenho medo que de repente a minha casa seja arrastada. Eu só quero ajuda” pede Mariamo Momade, uma anciã que vive nas imediações do Rio Muhala, em Nampula.

No Bairro de Carrupeia, falamos com Delfina Júlio. “Se o Governo existe, gostaria que nos ajudasse com um dinheiro, poderia comprar uma casa num outro bairro, porque com água não se brinca. Mas vejo que o Governo, não tem como nos ajudar, nos esqueceu, sendo assim vamos continuar aqui. Eu nunca tinha visto casas sendo arrastadas, mas aqui no Bairro isso é normal, as casas se partem de qualquer maneira”, disse a dona Delfina.

Jamal Achimo Ali, é o Chefe do quarteirão número 10, na Unidade Primeiro de Maio, zona B, no Bairro de Carrupeia. “As crianças passam muito mal, no tempo chuvoso, mesmo para nós moradores quando queremos fazer a travessia. Fomos informados que nesta zona, as construções devem estar 100 metros depois do rio, para evitar o arrastamento das casas.”

No Bairro de Napipine, a população se sente esquecida. Na época chuvosa passada, três residências foram arrastadas pela fúria das águas do rio Napipine, deixando assim uma erosão acentuada. As famílias estão desesperadas, como conta Atija.

“Nós estamos aqui perto deste rio Napipine. Napipine é um Rio que enche muito, porque manilhas de água desaguam aqui. Ano passado, como vês naquela área tinham casas, mas foram arrastadas, não temos onde recorrer. Quando caíram as casas, os jornalistas vieram até aqui e pedimos que fosse construída uma ponte, mas até agora nada se fez”, disse a senhora que quis que fosse simplesmente tratada por Atija.

Recentemente, o Conselho Municipal de Nampula, divulgou publicamente a escassez de recursos para trabalhar na transferência de munícipes em zonas de risco, porém assegurou apenas a realização de um levantamento para avaliar a situação actual de fragilidade, visando possíveis intervenções, logo que houver disponibilidade financeira. Vãnia Jacinto