Garimpo ilegal e contrabando de minérios ganham contornos preocupantes em Nampula

A província de Nampula continua a ser um dos locais apetecíveis dos contrabandistas dos recursos minerais de diferentes espécies, principalmente, nos últimos dois anos. As autoridades governamentais descrevem de preocupante a situação, mas não avançam propostas concretas para erradicar o fenómeno.

Outro problema tem a ver com o aumento de fuga ao fisco, parte dos indivíduos autorizados pelas entidades na exploração dos recursos minerais, situação que lesa os cofres do Estado.

Estas preocupações foram manifestadas, nesta Quinta-feira (24.10), na cidade ferro-portuária de Nacala, pelo Secretário de Estado de Nampula, Jaime Neto, no decurso da abertura da VI edição da Feira Anual de Gemas de Nampula (FAGENA). Evento que termina hoje e deverá abordar importantes temas tais como, o desenvolvimento da cadeia de valor das gemas, e o impacto da lapidação de pedras preciosas, processo que segundo o Secretário de Estado na província de Nampula,  representa uma etapa crítica para a valorização das gemas, promovendo não apenas a exportação de matérias-primas, mas de produtos acabados de alto valor.

Jaime Neto disse que ainda preocupa o governo a exploração de minérios de forma desregrada, o que tem contribuído para a degradação do ambiente, sobretudo poluindo os cursos de água corrente, afectando a flora e fauna aquáticas, para além de que muitos deles são usados pelas comunidades para os diversos fins.

Estes problemas acontecem numa altura em que, de acordo com Jaime Neto, “a indústria de mineração em Nampula em particular e no país em geral, está a conhecer momentos marcantes, com o licenciamento e exploração que tem vindo a ter lugar nos últimos tempos. O aprimoramento do quadro legal é outro ganho que o sector tem conquistado ao longo dos últimos anos.”, referiu.

Referindo-se à  FAGENA   que dura dois dias, o chefe dos Serviços de Representação de Estado em Nampula, diz que servirá de oportunidade de explorar as potencialidades minerais do território, com destaque para as novas variedades de minerais nobres descobertas em Moçambique.

“Esta feira servirá não apenas como plataforma para comunicações científicas, abordando temas de suma importância para o futuro do sector, como também vai expor a gama de minérios cujo aproveitamento integral pode gerar riqueza para os moçambicanos, proporcionar empregos, através da transformação, para agregar valor e posterior venda em mercados nacionais e para a exportação”, frisou. Sitoi Lutxeque