Connect with us

DESTAQUE

Denúncia de turistas pode afectar investimentos na Ilha Moçambique, afirma especialista

Publicado há

aos

O influente intermediário moçambicano, residente em Portugal, Eduardo Pegado, que nos últimos anos vem ganhando destaque nas conexões entre os municípios do Norte de Moçambique e Portugal, diz que a denúncia de crimes e corrupção na Ilha de Moçambique feita por um grupo de turistas que visitaram a região recentemente terá um impacto negativo nas relações de amizade com alguns municípios parceiros, além de prejudicar possíveis investimentos.

Natural da Ilha de Moçambique, Eduardo Pegado conseguiu no passado recente persuadir o Presidente da Prefeitura de Olhão, Portugal, a visitar sua cidade natal e estabelecer uma parceria entre as duas cidades (Olhão e Ilha de Moçambique), uma parceria que promete atrair investimentos de empresários do Algarve para o município da Ilha de Moçambique, principalmente nas áreas de hotelaria, transporte e formação de profissionais.

“Nos últimos dias, tenho recebido diversas ligações para verificar a veracidade deste facto. Além disso, tenho ciência de que diversos turistas estão desmarcando suas viagens planificadas para a Ilha de Moçambique”, declarou Eduardo Pegado, ressaltando que “infelizmente, aqueles que estavam se preparando para ir até lá [Ilha de Moçambique] estão optando por destinos considerados mais seguros”.

Conforme relatado pelo lobista, os investidores de Portugal que pretendem investir na Ilha estão deixando de lado seus planos de investimento, devido ao medo causado pelas denúncias dos turistas sul-africanos, feitas na internet.

Segundo Eduardo Pegado, é fundamental que as autoridades governamentais se manifestem diante dessa situação, por haver o risco de isso gerar desinteresse na maioria dos visitantes.

“Quais acções estão sendo tomadas pelas autoridades políticas e policiais para assegurar a protecção dos visitantes na Ilha. É essencial investigar e informar ao público sobre o ocorrido e as medidas para evitar futuras ocorrências”.

Indagado sobre seu interesse em atrair mais municípios e empresários para investir na Ilha, Eduardo Pegado afirma que sim, porém ressalta a importância de limpar a imagem negativa que está sendo associada ao nome da Ilha com essa denúncia.

“Tenho feito todo o possível para buscar investimentos para Nampula, principalmente para a Ilha de Moçambique, a qual é minha terra natal. No entanto, é necessário avançar com algumas medidas. Actualmente, todos estão me questionando sobre esse acontecimento”

Qual foi o real desdobramento dos acontecimentos?

Em Novembro do ano passado, um grupo de turistas viajou por Moçambique, Madagáscar e Mayotte. O grupo de turistas alega ter sido mal recebido na Ilha de Moçambique, enquanto nos outros dois destinos, “foi recebido com gentileza e respeito, tornando a experiência agradável”.

“Decidimos conduzir nossos convidados em uma visita à Ilha de Moçambique, famoso Património Mundial da UNESCO. Chegamos ao entardecer, vindo de Pemba. Já havíamos feito todos os procedimentos legais em Moçambique, inclusive o pagamento de várias taxas solicitadas pelos órgãos governamentais. O processo burocrático em Pemba durou dois dias, incluindo uma inspecção detalhada em nosso barco”.

Conforme a denúncia publicada online, na Ilha de Moçambique, logo no início da manhã seguinte, o grupo de visitantes foi surpreendido por sete funcionários ligados à autoridade moçambicana.

“Realizaram uma inspecção em nossa embarcação. O tempo não parecia ser uma preocupação e a busca durou várias horas. Infelizmente, os agentes utilizaram diversas estratégias intimidadoras. Medicamentos de uso contínuo de um passageiro foram considerados ilegais. Eles tentaram levar todos os nossos documentos pessoais e oficiais, com os quais discordamos educadamente. Essa discordância resultou em ameaças sérias. Os agentes se tornaram agressivos e ameaçadores. Não tínhamos a intenção de entrar em conflito com os agentes e tentamos tratá-los com respeito e dignidade. Infelizmente, não recebemos o mesmo tratamento em troca”.

Segundo soubemos, o grupo tinha como objectivo explorar a ilha, visitando o seu museu, restaurantes e outros atractivos. “Entretanto, fomos orientados a nos dirigirmos imediatamente ao escritório marítimo. Seguimos as instruções prontamente. O oficial encarregado se mostrou extremamente ameaçador e intimidador, a ponto de minha esposa começar a chorar de receio. Soldados armados nos cercavam. Fomos notificados de que teríamos que pagar diversas multas. O motivo da nossa infracção foi o “não relato imediato” ao escritório marítimo na nossa chegada”, refere a carta, explicando que os escritórios da administração marítima na Ilha de Moçambique estavam fechados quando o grupo de turistas chegou.

“ Fomos então ameaçados com prisão se não pagássemos todas as multas e taxas exigidas de nós. Apresentamos recibos de nossas taxas de entrada pagas em Pemba, incluindo as taxas de imigração. O oficial responsável então confiscou os recibos e todos os nossos documentos da embarcação e pessoais e novamente exigiu pagamento pelas alegadas atrocidades que “tínhamos cometido”. Nossos documentos foram levados para um escritório nos fundos e retidos. Mais policiais e oficiais militares foram chamados e apontaram seus rifles de assalto AK 47 para nós e ameaçaram nos prender se não pagássemos as vastas somas exigidas de nós. Não sabendo o temperamento dos irados oficiais militares com o dedo no gatilho dos rifles de assalto apontados para nós, foi absolutamente aterrorizante e humilhante. Eventualmente, após ter sido mantido cativo durante a maior parte do dia, pagamos todas as penalidades, taxas e multas. Não havia alternativa além da prisão. Quando tentamos partir, novamente nos foi exigido que pagássemos taxas de imigração. Também pagamos as taxas e fomos então liberados. Este incidente tomou o dia inteiro e fomos liberados apenas no final da tarde. Tínhamos a intenção de passar 3 dias lá visitando o museu, o forte e jantar em um restaurante, mas o tempo em que fomos mantidos cativos nos impediu de fazer isso. Temíamos novas represálias e embarcamos em nossa embarcação e partimos imediatamente à noite. Apesar de vermos centenas de iates turísticos em Madagáscar e Mayotte, notamos que não havia outros iates visitantes ou turistas”.

Governo investiga os contornos para restabelecer a reputação da ilha.

O Presidente do Município da Ilha de Moçambique, Momade Ali, foi abordado pelo Rigor em relação à carta de denúncia dos turistas. “Sobre o assunto da carta gostaria de informar que o assunto merece o devido tratamento pela Ministra da Cultura e Turismo e pelo Ministro do Interior.

A PRM e Migração já estão fazendo diligências para aferir os contornos do assunto e a breve trecho o público saberá a verdade sobre o assunto”.

Enquanto a questão é discutida, Momade pede para que “fiquemos calmos, pois, as instituições competentes tratam o assunto em prol da reposição da verdade e o bom-nome da Ilha de Moçambique”. Raufa Faizal

 

Continue Lendo
Clique para comentar

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Mais Lidas