Corrupção leva seis funcionários da EDM à expulsão

·        Mais de 350 mil famílias passaram a consumir energia eléctrica

·        O volume de negócios, atingiu 46,83 milhões de meticais

Seis funcionários da empresa Electricidade de Moçambique (EDM) foram expulsos durante o ano de 2022 acusados da prática da corrupção, que se circunscreve em actos de roubo de energia, conivência e cobranças ilícitas junto dos clientes, entre outras situações que prejudicam aquela instituição.

A lei número 3/2018, de 19 de Junho, no seu artigo 27, obriga todas as empresas do sector empresarial do Estado para que, no âmbito da sua gestão, possam adoptar a política anti-corrupção.

É nessa perspectiva que a EDM instituiu o departamento de ética para responder às questões internas ligadas à prática da corrupção. O órgão está ligado com várias corporações da Polícia da República de Moçambique (PRM) ao nível de todo o país com o objectivo de eliminar a desonestidade e a má-fé por parte dos colaboradores da empresa.

A informação foi tornada pública durante a Reunião Nacional de Balanço da EDM, encontro que reuniu gestores de diversas unidades de gestão da empresa, visando a discussão de ideias e a partilha de experiências para avaliar o desempenho e perspectivar as futuras acções.

Na ocasião, o porta-voz da EDM, Luís Amado, afirmou que a instituição tem um compromisso com a melhoria do atendimento ao cliente, a melhoria da qualidade e do acesso universal da energia eléctrica da rede nacional, visando tornar a imagem da organização transparente, com princípios que permitem ter mais credibilidade junto dos clientes, das autoridades governamentais e dos parceiros estratégico.

E no quadro desse esforço, a EDM identificou um total de seis funcionários envolvidos em actos de corrupção. Infelizmente, afirmou, ficou provado que são mesmo culpados e houve a necessidade de se tomar medidas drásticas, que culminaram com o afastamento deles da empresa.

Para Amado, a medida serve para desencorajar atitudes dessa natureza, pois prejudicam a sustentabilidade dos serviços prestados por aquela empresa. Mesmo assim, a nossa fonte reconhece que ainda existem situações de má-fé, onde alguns funcionários se aproveitam da preocupação dos clientes que procuram pelos serviços da empresa e acabam burlados e extorquidos.

Expansão da rede abrange mais de 350 mil famílias

O Presidente do Conselho de Administração da EDM, Marcelino Gildo Alberto, indicou que a expansão da rede eléctrica por conta de vários projectos institucionais permitiu abranger um total de 356,640 novas famílias.

Referiu que o financiamento do programa de Energia para Todos contribuiu para a electrificação de onze sedes dos postos administrativos.

Para Alberto, as novas ligações representam um crescimento na ordem de 11,5 por cento em relação à meta estabelecida para o plano de actividades referente ao ano de 2022. Sendo que o número de clientes passou de 2,588,588 consumidores, em 2021, para 2,936,751, em 2022, o correspondente a um desempenho de 14 por cento.

Alberto entende que o desempenho da sua instituição melhorou significativamente. Destacou, por exemplo, que a energia total consumida foi de 8,146 Gigawatts por hora, em 2022, contra 7,694 Gigawatts por hora, em 2021. O volume de exportação da energia eléctrica cresceu para 1,730 Gigawatts por hora, em 2022, contra 1,642 Gigawatts por hora, em 2021.

Os dados estatísticos apontam para um crescimento em sete por cento em relação à energia facturada ao registar 6,350 Gigawatts por hora, em 2022, contra 5,918 Giga Watts. O volume de negócios, em 2022, 46,83 milhões de meticais contra 42,595 milhões de meticais.

Aquele gestor assinalou, ainda, que os resultados líquidos passaram de 2,099 milhões de meticais, em 2021, para 5,220 milhões de meticais, em 2022.

No período em análise, a EDM recuperou 23.5 milhões de dólares norte-americanos da Zâmbia e do Zimbabwe, incluindo as cobranças no mercado nacional, facto que ajudou a reduzir a dívida em 12 por cento.

Redacção