ECONOMIA
Governo responde a naufrágios com 4.000 coletes salva-vidas

Numa resposta directa ao aumento de mortes provocadas por naufrágios, o Governo moçambicano vai investir cerca de 300 mil dólares norte-americanos na aquisição de 4.000 coletes salva-vidas, a serem distribuídos aos operadores de transporte marítimo de passageiros e carga em várias zonas costeiras do país.
A iniciativa foi lançada esta terça-feira (15.04), em Angoche, durante uma cerimónia de entrega simbólica de 315 coletes realizada pelo presidente do Conselho de Administração da Autoridade Reguladora do Transporte Marítimo (Itransmar), Unaite Mustafa.
Unaite Mustafa disse que o objectivo central deste programa é reduzir significativamente as mortes provocadas por naufrágios no país. A maioria das embarcações artesanais opera sem coletes ou com quantidade insuficiente, colocando vidas em risco.
Segundo o responsável, nos primeiros cem dias de governação, serão abrangidos 140 operadores em 34 pontos de travessia marítima, com incidência nas províncias de Nampula, Pemba, Zambézia, Tete, Gaza, Inhambane e Sofala. Só até ao final de Abril, serão entregues 1.600 coletes, sendo que a meta global é atingir os 4.000 até Dezembro.
A medida surge em contexto de crescente alarme público: só em 2024, Moçambique registou 159 mortes por naufrágios, mais do que o dobro dos 72 óbitos registados em 2023, segundo dados do Itransmar.
Desde o início do programa, já foram distribuídos 1.295 coletes em várias províncias. De acordo com Mustafa, o financiamento da iniciativa está a ser assegurado com recursos próprios da Autoridade Reguladora do Transporte Marítimo, totalizando entre 18 a 19 milhões de meticais.
“Mesmo com os desafios que o país enfrenta, o Governo considera a segurança marítima uma prioridade. Estamos a reforçar medidas para garantir que quem viaja nas nossas águas não seja condenado à morte por falta de um simples colete”, destacou.
A necessidade urgente da iniciativa foi reforçada por Alexandre Sulemane Ossufo, representante comunitário do Itransmar em Angoche, que conduziu um estudo nas ilhas do distrito. O levantamento revelou que muitos transportadores continuam a operar sem qualquer equipamento de salvamento, expondo os passageiros a riscos extremos.
“Os coletes salva-vidas não fazem ninguém nadar, mas garantem flutuação durante cinco a seis horas — tempo suficiente para o socorro chegar. Além disso, ajudam na localização das vítimas, pois os corpos não afundam”, explicou Ossufo.
A distribuição dos coletes será reforçada em embarcações de pequeno e médio porte, com foco especial nas travessias feitas por embarcações artesanais, as mais vulneráveis a acidentes e afundamentos.
Com este programa, o Governo espera travar a escalada trágica de mortes no mar, num país onde o transporte marítimo continua a ser essencial para a mobilidade de milhares de cidadãos nas zonas costeiras e insulares. Daniela Caetano
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