SOCIEDADE
Arcebispo de Nampula denuncia tentativa de criação de um país sem leis em benefício dos que governam

O Arcebispo de Nampula, Dom Inácio Saúre, alertou sobre a intenção do governo de criar um país sem leis, privilegiando os que lesam a pátria, em detrimento da população, o que ele considera uma grave injustiça.
A homilia do arcebispo de Nampula, proferida na última Segunda-feira (10) durante a abertura do ano nos seminários filosóficos e proféticos da região, utiliza comparações figurativas para abordar a recente eleição. Nela, observa-se que os derrotados foram considerados vencedores, enquanto aqueles que agiram hostilmente em relação aos manifestantes foram vistos como detentores da legitimidade.
“Aqui em Moçambique os ladrões é que têm razão, podem fazer tudo imponentemente. Quem quer instaurar uma aldeia sem lei são eles. Moçambique é uma aldeia sem lei, onde os bandidos podem fazer e desfazer, ninguém deve fazer nada”, disse o arcebispo de Nampula, Dom Inácio Saúre.
Dom Inácio Saúre afirma que Moçambique enfrenta sérios problemas de saúde, afectando diversas áreas
“A doença do amor obsessivo do poder que faz que se ignore simplesmente o sofrimento do povo. Alguém porque está no poder, se esquece simplesmente do sofrimento do povo. Isto é uma doença”.
Dom Inácio Saúre afirma que o país retrocede ao ponto onde os criminosos demandam adoração.
“Hoje somos maltratados, roubam-nos tudo à nossa vista e nós devemos prostrar perante os ladrões”, disse o arcebispo para quem em Moçambique, ninguém se levanta em defesa dos necessitados, que são os verdadeiros sofridos nessas situações.
“Os ladrões parecem ser os que estão correctos”, comentou Dom Inácio Saúre, que acredita que isso indica a profundidade do problema enraizado no país, uma verdadeira doença que permeia as trevas do engano, onde tudo está distorcido.
“O mal usurpou o espaço do bem em Moçambique; o que é incorrecto assumiu o lugar do que é correto; a lógica foi substituída pelo ilógico”, disse o arcebispo que entende que aqueles que raciocinam não estão presentes nas instituições. “É absurdo, mas essa é a realidade de Moçambique”.
Na sua homilia, Dom Inácio Saúre expressou a convicção de que a única maneira de Moçambique superar essa crise é através da fé em Cristo. Ele convidou a todos para, de forma unida, realizar uma corajosa travessia pelo mar de lágrimas que o país enfrenta em busca de um futuro melhor.
“Precisamos aceitar essa travessia, garantindo que a mesa esteja disponível para todos os moçambicanos. Todos devem ter acesso à comida”, afirmou Dom Inácio Saúre. Raufa Faizal
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