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SOCIEDADE

Aiúba Aiúba defende feiras menores para acabar com o comércio informal nas ruas de Nampula

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O professor universitário Aiúba Ali Aiúba, defende a necessidade de o Conselho Municipal da Cidade de Nampula, estabelecer feiras menores para a comercialização de produtos, em diferentes áreas da cidade, em dias específicos da semana.

Essa abordagem, segundo ele, ajudaria a transferir os vendedores dos passeios para os mercados, oferecendo a eles a oportunidade de vender em um dia determinado numa feira organizada pela administração municipal.

“Como exemplo, existem feiras destinadas à comercialização de produtos alimentares em determinadas zonas, e essas feiras podem ser itinerantes.

Basta escolher um espaço, como um local ao ar livre, onde, por exemplo, numa quinta ou Sexta-feira, quem possui uma pequena produção, como hortaliças ou mandioca, se dirige a esse ponto, permanece vendendo durante o dia e, ao final, retorna para casa. Assim, essas pessoas já sabem que têm dois ou três dias na semana para oferecer os seus produtos em um local específico, tudo organizado adequadamente. Em outro dia, por exemplo, pode ser realizado um evento voltado para roupas ou calçados, permitindo que os consumidores já estejam cientes de que, em uma data específica, poderão encontrar matérias específicas em determinado lugar. Acredito que essa abordagem poderia ser uma alternativa viável, evitando a competição por espaço nos passeios e estradas entre os vendedores”.

Aiúba Ali Aiúba afirma que o Conselho Municipal de Nampula não tem obtido sucesso na remoção de vendedores ambulantes das ruas, situação que tornou-se preocupante nos últimos dias, especialmente na Avenida do Trabalho, devido à falta de envolvimento dos diversos sectores da sociedade.

Aiúba Ali, professor de História de Urbanismo na Faculdade de Arquitectura e Planeamento Físico da Universidade Lúrio, afirma que a responsabilidade de consciencializar os vendedores informais recai unicamente sobre o município, o que, conforme a sua análise, está incorrecto.

Por esse motivo, argumenta que o Conselho Municipal da Cidade de Nampula deve incluir mais segmentos da comunidade para alcançar resultados positivos.

“Uma das principais questões envolve a consciencialização sobre a importância de se escolher locais adequados para realizar actividades comerciais. Proibir não parece ser uma solução justa, pois as pessoas precisam de meios para sustentar as suas famílias. Na minha visão, deveria haver uma colaboração efectiva para informar as pessoas sobre a importância de ocupar espaços adequados, evitando assim as situações que temos presenciado recentemente. A administração municipal é responsável pela gestão urbana, mas há também outros participantes, como universidades, escolas e diversas instituições”.

A questão da comercialização nas ruas de Nampula é um desafio antigo, iniciado durante a administração do Presidente Castro Sanfins Namuaca, que governou a cidade até o início de Fevereiro de 2014, em um total de dez anos, abrangendo dois mandatos. O seu sucessor, Mahamudo Amurane, governou de 7 de Fevereiro a 4 de Outubro de 2018, data em que foi assassinado, e conseguiu eliminar a prática de vendas nas ruas. Durante a sua gestão, foram construídos mercados que facilitaram a organização dos vendedores. Contudo, no período da vagatura devido o assassinato do edil, quando Francisco Tocova assumiu interinamente a presidência municipal, deu as ordens para os vendedores retornarem às ruas. Essa situação perdurou, e o presidente que se seguiu, Paulo Vahanle, que também esteve à frente da cidade por quase sete anos, optou por permitir a presença dos vendedores nas ruas.

Após as manifestações que ocorreram entre Outubro a Dezembro de 2024, os comerciantes passaram a ocupar as vias destinadas ao tráfego de veículos para comercializar seus produtos, uma situação bastante perceptível na Avenida do Trabalho.

De acordo com Aiúba Ali Aiúba, a solução para acabar com a venda de produtos nas ruas deve vir do engajamento da própria comunidade. Ele sustenta a sua opinião ao apontar que é a própria população que evita os mercados e prefere, em vez disso, adquirir bens, sejam eles alimentares ou não perecíveis, nas ruas.

“Se você perguntar a alguns comerciantes, eles certamente vão afirmar que nós não estamos presentes no mercado, pois os consumidores não se deslocam até lá. Portanto, nós estamos nas ruas procurando os consumidores. Assim, é necessário consciencializar os compradores sobre a importância de adquirir os produtos nos locais sugeridos pelas autoridades locais. Este é um desafio que lanço ao município, bem como à sociedade como um todo”, afirma. Vânia Jacinto

 

 

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