A erosão da essência académica

Nos dias de hoje, observamos um ambiente displicente no seio das universidades. Esses espaços, que deveriam ser dedicados ao conhecimento e à formação, estão se tornando cada vez mais locais de recreação e busca de ostentação sócio académica.

A universidade, em muitos casos, torna-se um processo superficial que atende às exigências de uma economia de mercado, mas pouco reflecte a verdadeira orientação que a formação académica deve ter.

Assistimos a uma realidade em que a ostentação académica prevalece sobre a aquisição de conhecimento. Essa prática de promover a superficialidade incentiva o consumismo e gera uma pressão social para que outros também se juntem a essa corrida pela aparência.

O que importa é estar em uma universidade, independentemente de sua seriedade, e, ao final de quatro anos, exibir um título — com ou sem um real entendimento do conteúdo aprendido — nas redes sociais como Facebook, WhatsApp e Instagram. Essa é uma miragem académica que, gradualmente, erode a essência do que deveria ser a universidade.

Não se trata de condenar a celebração das conquistas; ao contrário, devemos ostentar o conhecimento adquirido. Por que não compartilhamos os temas e resumos dos nossos trabalhos de conclusão de curso? Isso, sim, legitimaria nossa trajectória académica.

Precisamos mostrar o que aprendemos e celebrar nossas conquistas com brio e merecimento. Portanto, a universidade não é um local de recreação, mas um espaço austero, onde se formam os grandes homens e mulheres que servirão à sociedade.

É fundamental que voltemos a valorizar o conhecimento e a formação que ali se propõe.