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Zefanias Namburete diz que foi irresponsabilidade interromper os serviços em nome da política.

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O consultor e analista político Zefanias Namburete afirma que a interrupção dos serviços, tanto públicos como privados, nesta Segunda-feira (21.10.2024), em razão de uma greve de carácter político, reflecte a prioridade que os moçambicanos dão aos interesses políticos em detrimento da vida humana, o que, segundo ele, não se justifica.

Segundo o analista, mesmo que fosse o caso, em nenhum lugar do mundo os resultados das eleições são questionados antes do anúncio oficial. Por isso, critica intensamente tanto os responsáveis quanto os moçambicanos que priorizam a política em detrimento do bem-estar humano.

“De facto, os interesses políticos não devem prevalecer sobre os direitos individuais e a vida das pessoas. Os conflitos políticos precisam ser debatidos no âmbito político, uma vez que vivemos em um Estado Democrático, onde existem instituições definidas que permitem aos partidos políticos reivindicar seus direitos no respectivo marco legal. O que está ocorrendo é algo previsível, pois a busca pelo poder é comum a todos, e o poder é singular; não é viável que ele seja compartilhado entre todos”, afirma Zefanias Namburete, que defende a importância de os políticos utilizarem os seus espaços de debate para resolver as divergências políticas sem comprometer a ordem pública.

Zefanias Namburete expressa forte reprovação à greve devido ao seu impacto na economia nacional.

Segundo a fonte, numa nação empobrecida como Moçambique, um dia sem trabalho devido a uma greve que interrompe as actividades afecta tanto a população quanto às empresas que trabalham incansavelmente para enfrentar a pobreza e desenvolver o país.

“Do ponto de vista económico, considero que estamos diante de uma situação negativa. Muitas empresas não estão operando em sua capacidade máxima, especialmente no sector de supermercados. Além disso, o número de vendedores trabalhando no mercado informal diminuiu consideravelmente. Muitas pessoas também não compareceram às compras, o que impacta de maneira significativa. Resumindo, essa situação afecta adversamente muitas empresas, pois a clientela não pôde ser atendida na sua totalidade, e os consumidores não estiveram presentes em grande número, como seria comum em dias normais.”

Zefanias Namburete, acredita que as divergências eleitorais precisam ser definidas nos próprios meios e instituições previstas na legislação eleitoral.

“Os problemas políticos tendem a se acentuar; para o nosso país avançar de maneira democrática, é fundamental que os partidos sigam um caminho pacífico, aceitável em todos os aspectos. Essa abordagem é necessária para o país continuar seu processo de desenvolvimento. Não é viável evoluir em um ambiente como o que observamos actualmente, que gera incómodos e em minha perspectiva, isso está incorrecto, pois estamos atrasando o progresso que tanto almejamos para nossa nação”, destacou.

Segundo o nosso entrevistado é fundamental que os políticos adoptem uma postura reflectida, uma vez que os resultados até aqui avançados não são conclusivos.

“É necessário aguardar e observar qual será a decisão final. Todos os partidos e em especial, seus representantes, devem considerar a importância de esperar pelo desfecho do processo. Somente depois disso poderemos fazer suposições. Contudo, é essencial lembrar que não estamos exercendo a democracia de maneira plena; a verdadeira essência da democracia reside na promoção de mecanismos pacíficos para reivindicar qualquer situação”.

O analista diz que em qualquer pleito, há vencidos e vencedores, daí que segundo ele, os derrotados devem aceitar a situação e aguardar por novas oportunidades, enquanto os vencedores devem lembrar que assumir o governo implica em promover a inclusão social, e não apenas representar um partido específico ou um grupo restrito de indivíduos.

“Os perdedores devem compreender que, caso o resultado desse processo se concretize, isso não representa o fim, mas sim o início de um novo ciclo, no qual, com o tempo, será possível voltar a um novo processo. Por outro lado, os vencedores precisam reflectir que triunfar não implica em ter o controlo absoluto, pois tudo não reside apenas neles. O verdadeiro espírito da democracia indica que o governo é composto por uma maioria, mas isso não significa que represente todos de uma forma totalitária. Em última análise, aqueles que ganham as eleições têm a maioria, mas devem lembrar que o governo deve atender a todos, não apenas a um determinado partido, mas a todos os cidadãos moçambicanos.” Losangela Mussa

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