POLÍTICA
Wilson Nicaquela prevê o fim do PODEMOS após ruptura com Venâncio Mondlane

O académico e analista político Wilson Nicaquela indica que a ruptura entre Venâncio Mondlane e o partido que apoiou a sua candidatura nas eleições de 9 de Outubro último é um sinal claro do provável fim do Podemos.
Embora possua representação parlamentar, tanto nas Assembleias províncias e da República, a interrupção da relação, de acordo com Wilson Nicaquela, resultará em consequências negativas para o partido de Albino Forquilha, visto que não dispõe de bases firmes que sustentem e comprovem a sua importância no cenário político do país.
“Apesar de contar com representação no parlamento, o Podemos, nos próximos dias, tende a se tornar um partido irrelevante, sem importância e sem apoio, especialmente nas áreas mais afastadas da cidade de Maputo, onde está localizada a sede do parlamento. Nesses locais, os representantes do partido podem enfrentar o risco de serem vaiados ao se apresentarem nas comunidades”, afirmou Nicaquela, que também considera que essa renúncia foi uma estratégia para que Venâncio possa recuperar a sua relevância no cenário político.
Nicaquela recorda que entre Dezembro e Janeiro, Venâncio Mondlane, apesar de contar com um apoio popular significativo e um considerável potencial político, enfrentou um período de falta de destaque na agenda política formal.
Conforme Wilson Nicaquela, a posição de Venâncio Mondlane como uma figura secundária, ao reconhecer sua importância no cenário político do país, exigia um esforço para chamar a atenção, tanto de seus apoiantes quanto do próprio governo, que, no final das contas, é o responsável por executar e implementar as possíveis propostas de resolução dos conflitos políticos.
“Acredito que Venâncio Mondlane e sua equipe desenvolveram uma estratégia para recuperar a sua relevância. Nos últimos dias, especialmente no final de Dezembro e durante todo o mês de Janeiro, ele passou a ser considerado irrelevante na política formal. Venâncio Mondlane está tentando garantir que as pessoas não se distraiam e que ele permaneça como uma figura central no actual panorama político de Moçambique”.
Nicaquela também vincula a desistência da aliança com o partido Podemos à sua recente visita a Tete e à sua presença pública na vila Municipal de Marracuene.
“Na realidade, ele realizou aquele exercício, aquela movimentação, para mais uma vez mostrar que, mesmo após as eleições, ainda desfruta de popularidade e é uma figura essencial na política moçambicana. Portanto, além de ser uma estratégia, é também um alerta para o partido Podemos, que nas próximas eleições poderá ser reduzido a uma posição irrelevante, correndo o risco de nem conseguir eleger o único deputado, assim como aconteceu com o que Venâncio deixou no interior do partido RENAMO”.
Em Agosto do ano passado, o Professor Doutor Wilson Nicaquela, ao examinar com atenção a condição que a RENAMO enfrentava após a exclusão de Mondlane no congresso que elegeu Ossufo Momade, afirmou que essa exclusão teria um impacto negativo sobre os membros da RENAMO. Ele também mencionou que a RENAMO poderia ser limitada a uma preferência menor, especialmente nas áreas rurais de onde havia emergido.
“Assim, agora, o PODEMOS, com a saída de Venâncio Mondlane, está se encontrando em um cenário bastante complicado, pois a sua actuação fica restrita às comunidades que viam Venâncio como a face do partido, uma figura que unia e que simbolizava a esperança de muitos que se manifestaram nesses tempos como seus apoiadores”, afirmou.
Nicaquela afirma que, ao contrário do MDM e da RENAMO, que se desenvolveram como organizações políticas gradualmente, o PODEMOS experimentou um crescimento notável de maneira repentina.
“A figura que influenciou o crescimento acelerado do Podemos sugere que o afastamento formal que ocorre hoje pode ser interpretado como um prenúncio do ocaso do partido. Isso se refere, em certo sentido, ao desaparecimento iminente do Podemos e à consequente perda de todo o apoio que contava entre aqueles que eram adeptos de Venâncio Mondlane, um político que, antes das eleições, era visto como uma alternativa viável ao poder. Caso não obtivesse sucesso nas urnas, ele poderia se posicionar como um opositor relevante, capaz de confrontar o governo vigente e impactar as directrizes das políticas públicas”.
Lembre-se de que a rescisão do pacto com o PODEMOS foi divulgada nesta Terça-feira (04.02.2025) pelo porta-voz do ex-candidato à presidência Venâncio Mondlane, Dinis Tivane, que alegou que o partido “traiu o povo”. Raufa Faizal
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