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Wilson Nicaquela diz que cabe ao Presidente da República estreitar laços entre governo e a população

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O académico moçambicano, Wilson Nicaquela, afirma que não cabe ao comandante-geral da polícia recuperar a confiança da população, mas sim ao Presidente da República, que deve assegurar a execução de políticas por si definidas para fortalecer a relação entre o governo e os cidadãos.

Wilson Nicaquela comentava a respeito do Discurso do Presidente da República feito na cerimónia de posse do novo comandante-geral, que foi convocado para recuperar a confiança na corporação.

“Não será por medidas tomadas por um dirigente de nível médio que acontecerá uma transformação significativa, pois tanto os ministros quanto os directores em níveis variados seguem as orientações estabelecidas pela política do Presidente da República, considerando que Moçambique adopta um sistema presidencialista”, esclareceu Nicaquela, que acredita que mais do que palavras, a Polícia deve demonstrar acções concretas, assegurando a inexistência de crimes e até mesmo de mortes decorrentes de manifestações ou outros eventos excepcionais.

A polícia, como instituição responsável pela segurança, deve demonstrar seu empenho em reconquistar a confiança da comunidade, não apenas por meio de palavras, mas com acções focadas em resultados concretos. É fundamental estabelecer metas, como, por exemplo, um período de um mês ou um trimestre sem registos de mortes resultantes da actuação policial. Esse desafio deve ser encarado internamente pela própria corporação, potencializando a possibilidade de alcançá-lo. É viável coexistir em ambientes onde há grandes agrupamentos de cidadãos que se manifestam, buscando alterar eventualmente a ordem pública por meio de métodos persuasivos.

Wilson Nicaquela acredita que a polícia enfrenta uma crise, tornando essencial a sua estabilização para recuperar a confiança da população. Ele afirma que, para isso, é fundamental criar uma harmonia interna na corporação, começando pela humanização e valorização dos profissionais da polícia da República de Moçambique, para adquirirem motivação e autoconfiança.

“Em primeiro lugar, os salários da polícia são baixos, o que significa que um agente da polícia que não consegue um rendimento suficiente para garantir sua alimentação diária, ao longo de todo o ano, pode ser facilmente influenciado. Essa vulnerabilidade o torna propenso a desviar-se de seus princípios, a agir de maneira inadequada e até a se envolver em actividades criminosas, além de carregar um sentimento de frustração. Essa frustração pode resultar em comportamentos desajustados, por isso a questão da humanização deve ser uma prioridade para o novo Comandante-Geral”.

Sobre a saída de Bernardino Rafael do cargo de Comandante-Geral da Polícia, Wilson Nicaquela vê como uma táctica de marketing de Daniel Francisco Chapo para recuperar a confiança do público, especialmente após a evidência da sua eleição à presidência.

“Essa exoneração faz parte do processo natural dessa batalha. O Presidente, Daniel Chapo, realmente deve recuperar a confiança da população, ouvindo o que elas estão clamando. Considerando que a imagem do Comandante-Geral da Polícia estava bastante deteriorada, qualquer pessoa que visse um agente da polícia automaticamente associava à figura do Comandante-Geral. Portanto, era esperado que ele fosse afastado dos holofotes nesse instante, não restando alternativa senão sacrificar sua posição”. Vânia Jacinto

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