Quitéria Guirengane: “Não podemos nos distrair com celebrações”

Activista política e social, Quitéria Guirengane acredita que apesar de ainda não estar em implementação a recomendação do Governo de suspender as tarifas de Internet é uma conquista do povo, fruto de protestos incansáveis contra os altos preços das tarifas de comunicação. No entanto, ela destaca que os jovens permanecerão atentos e vigilantes para denunciar e reivindicar seus direitos sempre que forem desrespeitados.

“Nossa estratégia está dando resultado, no entanto, é importante mantermos o foco e não nos distrairmos com celebrações. Devemos continuar acompanhando de perto os resultados deste estudo que visa avaliar a opinião dos cidadãos. Com base nisso, decidiremos se faremos novas manifestações ou não, o que estará sujeito à decisão do Instituto Nacional das Comunicações de Moçambique”, disse ressaltando que a decisão final sobre o posicionamento da sociedade civil será tomada somente após a análise do pronunciamento do INCM.

Quitéria Guirengane, que é também secretária-executiva do Observatório das Mulheres em Moçambique, demonstra grande expectativa para escutar o posicionamento do Instituto Nacional de Comunicação de Moçambique, que agiu contrariando a opinião pública.

“A aprovação do Governo é extremamente positiva para nós, independentemente disso, uma vez que sempre afirmamos desde o início que essa não foi uma decisão correcta”, afirmou e complementou:

“Consideramos uma resposta eficaz ao apelo do movimento, à mobilização de milhares de jovens em todo o país. Embora o termo utilizado seja suspensão em vez de revogação, a influência do governo é evidente, visto que foi quem orientou essa medida. Essa acção representa a tentativa do governo de restaurar a confiança no INCM”.

Quitéria Guirengane não tem dúvidas que a subida do preço da internet em Moçambique tenha sido adaptada para limitar o cidadão a utilizar as redes sociais.

“Os jovens estão utilizando activamente as mídias sociais. Ela não tem incertezas de que o aumento das taxas de comunicação em Moçambique seja mais uma estratégia do governo para restringir a liberdade de expressão”.Elina Eciate