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POLÍTICA

Pessoas com deficiência pedem ao novo governo moçambicano inclusão efectiva na educação, saúde e nos fóruns de tomada de decisão

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As organizações que representam pessoas com deficiência na província de Nampula solicitam ao novo governo de Moçambique uma maior consideração e a implementação de políticas que promovam a inclusão no acesso à educação, saúde e na participação em decisões.
O Rigor entrevistou três associações de pessoas com deficiência em Nampula: a Associação dos Deficientes de Moçambique (ADEMO), a Associação dos Cegos e Amblíopes de Moçambique (ACAMO) e o Fórum das Associações Moçambicanas com Pessoas com Deficiência (FAMOD). Elas apontaram que a garantia dos direitos das pessoas com deficiência na província de Nampula continua sendo um grande desafio. Por isso, o novo governo deveria implementar políticas e incentivar a inclusão desta camada social, em todos os sectores essenciais da economia nacional.
Osório Muainga, secretário da ACAMO, destacou que a inclusão de pessoas com deficiência visual nas instituições de ensino ainda enfrenta desafios, sendo a escassez de material pedagógico a principal barreira. Ele enfatizou que a principal necessidade da ACAMO reside na formação de professores para melhor atender aquele grupo social. “São muitas pessoas que até hoje não conhecem a escola, porque a educação em si, não é aquela que eles[governantes] sempre dizem, inclusa e de qualidade. Às pessoas com deficiência visual têm uma grafia, mas o que acontece é que não é tão fácil você encontrar nas escolas professores capazes de enfrentar, aulas para pessoas com deficiência visual. Eu gostaria que o novo governo fosse olhar nessa questão, de incluir as pessoas com deficiência visual, nas escolas, não é só esperar de alguns projectos, deve ser o próprio estado a implementar”.
Além de promover uma educação que inclua a todos, a ACAMO solicita que o governo ofereça suporte na disponibilização de bengalas brancas e máquinas em braile. “Adquirir essas máquinas é um desafio para nós, pois somos uma organização sem fins lucrativos e, por isso, contamos com doações”, afirmou.
O delegado da ADEMO em Nampula, Ali Afito, afirma que o verdadeiro cumprimento dos direitos das pessoas com deficiência ainda é algo ilusório em Nampula, apesar de o país contar com uma várias leis voltadas para as pessoas com deficiência. A ADEMO solicita a aplicação efectiva das legislações que tratam da deficiência em Moçambique. “Nós queremos ver a lei já aprovada com a pessoa com deficiência, a ser implementada na íntegra, não estar apenas nos papéis, servir mesmo de um imperativo para as pessoas cumprirem como lei e daí as pessoas com deficiência vão se sentir mais inclusa na sociedade moçambicana”, pediu Ali Aflito, a implementação total da lei das pessoas com deficiência. O Delegado da ADEMO ressaltou ser fundamental que o governo amplie os investimentos na formação de profissionais da saúde, de modo a garantir que possam atender adequadamente todas as pessoas com deficiência. Além disso, ele propôs melhorias no sector de transportes semi-colectivos, garantindo que sejam adequados para o transporte de indivíduos com deficiências.
“Passamos muito mal, com esses semi colectivo que andam aqui na cidade, não tem lugares específicos para as pessoas com deficiência, não tem lugares reservados, o pior é que a população não tem aquele respeito para as pessoas com deficiência, mesmo os automobilistas, enquanto não estiver duas ou três pessoas, numa estação a pessoa com deficiência não tem acesso ao transporte, basta ver que é uma pessoa de muletas ou de cadeira passa, principalmente as pessoas com cadeiras de rodas, não só ao nível de todo o país. Periha Amade, que representa o Fórum das Associações Moçambicanas de Pessoas com Deficiência, solicita maior inclusão das pessoas com deficiência nos processos decisórios. Segundo ele, a participação de indivíduos com deficiência nos espaços de tomada de decisão ainda não é perceptível nas instituições, tanto públicas quanto privadas.
“Este é o nosso sonho vermos representantes das organizações das pessoas com deficiência ou mesmo pessoas com deficiência ao nível local que estejam a participar naqueles grupos de tomadas de decisões, porque é lá onde aparecem várias opiniões que tentam satisfazer aquelas que são as necessidades de diferentes grupos de pessoas. Porque se naqueles grupos as pessoas com deficiência não se representam, obviamente aquilo que são as necessidades de pessoas com deficiência, aquelas que poderiam ser ideais, contributos para o desenvolvimento da sua comunidade, pode também não ser completamente uma inclusão dentro daquela comunidade. Porque nós somos uma parte da População Moçambicana e temos ideias válidas para o nosso entender, ou contributos que podem valer para o desenvolvimento da nossa comunidade, nossa província, nosso país”. Redacção

 

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