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POLÍTICA

Maurício Regulo diz Moçambicanos viveram dez anos de maldição das más escolhas e os desafios que ofuscaram o governo Filipe Nyusi

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O académico Maurício Regulo afirma que o período de dez anos de governo do ex-presidente da República, Filipe Nyusi, poderia ter sido mais proveitoso se não fossem, por um lado, as falhas na escolha das pessoas que fizeram parte de sua administração e, por outro, as diversas dificuldades enfrentadas, como a pandemia do coronavírus e os desastres naturais que ocorreram em excesso.
Mauricio Regulo, falava assim, ao ser solicitado a fazer uma análise sobre a nação na última década, atribuiu a estagnação a falhas de indivíduos que ocuparam cargos em ministérios como o de Águas Interiores e Pescas, Educação e Interior. Ele detalha as razões por trás dessa situação:
“Penso que as decisões tomadas não foram as mais adequadas. Deveriam ser indivíduos com um alto nível de conhecimento, pessoas que realmente dominam a área. No Ministério do Interior, não é suficiente escolher alguém apenas por ser confiável ou por fazer parte do mesmo partido; é fundamental buscar profissionais estratégicos”, afirmou Maurício Regulo e acrescentou:
“O erro que ele cometeu, em minha visão, foi a selecção das pessoas que o cercaram, essa foi uma escolha falhada. Mesmo que fosse para avaliação, eu, como professor, atribuiria nota cinco. Contudo, há outro aspecto a ser considerado, as quais são as ilegalidades que estavam acontecendo no país, o que, segundo minha interpretação, levou-o a optar por essa linha de acção”.

De acordo com Maurício Régulo, Filipe Nyusi demonstrou disposição para trabalhar, mas também enfrentou várias dificuldades, como ciclones, dívidas ocultas, conflitos armados na região central do país, terrorismo em cabo Delgado e a pandemia de COVID-19, que o levaram a focar nessas questões.
“Esses desafios recaíram sobre os ombros de uma única pessoa, que teve que apresentar soluções e implementar medidas para administrar e solucionar a situação, o que é um grande desafio em um país com mais de 30 milhões de habitantes, cada um com as suas próprias aspirações.”.

Mauricio Regulo afirma que os desafios enfrentados pelo país nos últimos dez anos começaram no início do ano 2000, no entanto, os moçambicanos sentiram os seus efeitos durante a presidência de Nyusi, devido à ausência de políticas definidas para resolver a situação.

“No mandato de Nyusi, houve uma falha na execução da Tabela Salarial Única, onde diversos servidores que recebiam salários elevados e desfrutavam de amplas benesses enfrentaram cortes em seus vencimentos. Essa insatisfação gerou um aumento nas greves, pois muitos estavam sobrecarregados com as despesas que não estavam habituados a lidar”, destacou, relembrando uma estratégia eficaz implementada durante o governo de Armando Emílio Guebuza, que consistiu em um reajuste salarial de 13% para todos os funcionários, o que ajudou a mitigar os efeitos do aumento nos preços dos produtos da primeira necessidade.

Apesar das várias dificuldades, de acordo com Maurício Régulo, nem tudo foi negativo no mandato de Filipe Nyusi. O analista aponta que o País obteve resultados inéditos nas áreas de energia e água.
De acordo com Régulo, o programa Energia Para Todos possibilitou a extensão da rede eléctrica até áreas mais remotas. Por sua vez, o projecto Água Para Vida, garantiu o fornecimento de água potável em diversas localidades e vilas por todo o país. Contudo, além desses dois projectos evidentes, ele menciona uma rede de infraestruturas que foram estabelecidas em quase todo o território, consideradas conquistas dos últimos dez anos.

“Não podemos condená-lo, e como o próprio proprietário costumava afirmar, o que ele fez é aquilo que conseguiu fazer, e o que não fez, não conseguiu”, finalizou. Redacção

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