CULTURA
Padre Cantífula lança o livro “Fragmentos de Nampula: crónicas de um mundo em construção”

O Padre Cantífula de Castro acaba de lançar a sua nova obra literária, denominada “Fragmentos de Nampula: crónicas de um mundo em construção”. Esta publicação é resultado de experiências e fenómenos vividos em Nampula durante seus quase sete anos como jornalista na Rádio Encontro, entre 2014 e 2021.
A colectânea é composta por crónicas que proporcionam uma análise crítica de temas como migração, urbanização e conflitos culturais e políticos, todos interligados, que revelam as complexidades de uma sociedade em constante transformação.
Em uma entrevista ao Rigor, o Padre explicou que o título “Fragmentos de Nampula: crónicas de um mundo em construção” foi escolhido para reflectir a essência da obra e a perspectiva atenta que guiou sua elaboração.
“A palavra fragmentos sugere peças, partes ou recortes de uma realidade mais ampla, representando as vivências, histórias e fenómenos que observei em Nampula ao longo de sete anos de jornalista na Rádio Encontro (2014–2021). Essas crónicas, ainda que individuais, conectam-se como mosaicos, oferecendo uma visão multifacetada de uma província marcada pela diversidade cultural, desafios sociais e pelo dinamismo das suas transformações”.
Por outro lado, a expressão “mundo em construção”, segundo o Padre Cantífula de Castro, carrega um sentido duplo.
“Primeiro, remete à ideia de Nampula como um espaço de mudança constante, onde as forças sociais, económicas e culturais se entrelaçam, criando novos significados e horizontes. Segundo, sublinha que esse mundo não é estático nem acabado; está em contínua formação, dependendo das acções, escolhas e intervenções dos seus actores sociais, desde cidadãos comuns a líderes e instituições”.
Cantífula de Castro diz que a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva em Nampula é um processo colectivo e inacabado, daí que a sua obra vem para convocar a todos a compreender que, embora os “fragmentos” representem as singularidades do local, esses pedaços fazem parte de um todo maior que exige reflexão e participação activa para ser moldado. É, portanto, uma chamada à ação e ao compromisso com o futuro desta província em constante evolução.
“A riqueza analítica da obra torna-a uma referência indispensável para académicos, investigadores e cidadãos empenhados em interpretar os desafios e as possibilidades que emergem num contexto em mutação”.
Ao explorar os contrastes e as potencialidades de Nampula, Cantífula de Castro não se limita a documentar o presente. Pelo contrário, lança um apelo à reflexão sobre o papel de cada indivíduo e das instituições na construção de um futuro mais justo e equitativo. A obra interroga e inspira, convidando o leitor a questionar os paradigmas que regem as estruturas sociais e a assumir um compromisso com a transformação positiva.
O autor, reconhecido pelo seu olhar arguto e comprometido, convida-nos a repensar o significado de viver e resistir numa província onde as mudanças são simultaneamente desafios e oportunidades. Fragmentos de Nampula não é apenas uma contribuição vital para a sociologia moçambicana, mas um testemunho vibrante da capacidade da escrita em ser um instrumento de diálogo, crítica e construção social. Raufa Faizal
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