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Nampula abandona a barragem de Mugica e busca solução para o problemas de abastecimento em Macuje

A Administração Regional das Águas do Norte (ARA Norte) diz que a solução definitiva para o problema de abastecimento de água à cidade de Nampula, está dependente da construção de Macuje, no distrito de Rapale, num investimento de pouco mais de 125 milhões de dólares.
Essa alternativa vai na contra mão de uma promessa feita no decorrer de épocas de seca anteriores, em que, conforme afirmava o governo, a solução para a situação de falta de água em Nampula passava pela construção da Barragem Mugica, num afluente do rio Monapo.
Segundo o director, Macuje , fica há sensivelmente 17 quilómetros da cidade, e é uma infra-estrutura com capacidade de até 16 vezes maior da actual barragem de Monapo, com a capacidade de encaixe de cerca de 80 milhões de metros cúbicos de água.
O actual Sistema de abastecimento de água de Nampula é alimentado pela barragem sobre o rio Monapo que dista a cerca de 12 km da cidade, cujo volume produzido com o sistema no seu estado óptimo é de 40M m3/dia. A água é transportada por um sistema adutor de 7 km até ao primeiro Centro de Distribuição em Carrupeia.
O Director Geral da Administração Regional das Águas do Norte (ARA Norte). Carlitos Omar garantiu que o Banco Mundial tem garantido o financiamento, estando presentemente a decorrer a fase do ante-projecto, resultante de estudo ambiental já finalizado e que custou 5 milhões de dólares.
“O Banco Mundial, está muito sensível com Nampula, e acreditamos que vai financiar a construção da nova Barragem de Macuje. O estudo já aconteceu, já temos os primeiros ante-projetos, já temos um consultor italiano para fazer o trabalho, agora trabalhamos para as consultas públicas, para termos o DUAT, numa área de 12 mil hectares, isto significa que estamos num bom caminho, e que um dia vamos esquecer este sofrimento de falta de água em Nampula”.
Carlitos Omar antecipou que, até o término deste ano, serão realizados outros estudos que proporcionaram o projecto-executivo, o qual definirá o custo exacto da construção. Esse documento será apresentado ao Banco Mundial com a intenção de, no próximo ano, iniciar as obras, caso o financiamento esteja assegurado.
“Precisa-se de muitos estudos como geotécnicos, sísmicos, qualidade da água, fora dos ambientes que todos conhecem, tem que se fazer no mínimo quatro consultas públicas, toda a população aceitar. É um projecto grande, que vai fornecer água a cidade de Nampula, e o distrito de Rapale todo, com infraestruturas, sistema de tratamento de água lá em Rapale e tudo mais” explicou.
Segundo o Director Geral da ARA Norte, Carlitos Omar, o projecto da barragem de Mugica, que anteriormente era considerado uma opção para o suprimento de água em Nampula, não foi viabilizado.
Ele explica que isso se deve ao facto de se tratar de um investimento privado, localizado a 110 quilómetros de Nampula, exigindo consideráveis recursos financeiros. Assim, o director enfatiza que “é preferível investir em uma estrutura que pertença ao Estado, que seja realmente do Governo, para garantir uma solução duradoura para o problema”.
“Neste momento, podemos ter um volume x, já que a Jacaranda (proprietária da barragem) não está operando em sua totalidade. Amanhã, ela começará a funcionar e certamente dirá que esse volume é excessivo, alegando que precisam da água para sua produção e que teremos que diminuí-lo. Já pensamos no quanto isso demandaria de investimento, apenas para depois termos que reduzir a captação, o que não é simples”.
Segundo a fonte, outra razão é que a barragem de Mugica está em níveis bastante baixos, ao contrário da barragem de Monapo, que está com níveis altos. Portanto, “teríamos que lidar com muitos sistemas de bombeamento”. Celso Alfredo
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