Mondlane declara luto de três dias por 50 vidas perdidas em protestos nos últimos dias

O candidato à presidência, Venâncio Mondlane, apoiado PODEMOS, declarou um luto nacional de três dias, supostamente em tributo a mais de 50 cidadãos moçambicanos que morreram devido à acção da polícia durante as manifestações que ocorrem no país desde 21 de Outubro passado.

Venancio Mondlane afirmou que, neste período ao meio-dia, todos os moçambicanos que estiverem com veículos devem parar os seus carros entre 12h e 12h15, independentemente de sua localização. Aqueles que não possuem automóveis devem exibir cartazes. Após quinze minutos de paragem, as buzinas dos veículos devem ser accionadas até às 12 horas da tarde. Uma novidade nesta manifestação é que não se deve ir para as ruas e causar desordem; em vez disso, as pessoas devem se reunir pacificamente nos bairros a tocar panelas.

“Não realizaremos grandes marchas; permanecemos em nossos bairros, quarteirões. Aqueles que preferem não ser vistos podem se esconder em seus quartos, debaixo da cama, mas às 21 horas, devemos bater panelas. Essa é uma maneira de demonstrar que estamos de luto”, disse Venâncio.

Recorde-se que em um comunicado de Imprensa, o Ministério Público anunciou que o inventário e a avaliação dos danos provocados pelos protestos organizados pelo candidato à presidência, Venâncio António Bila Mondlane, já foram concluídos. O resultado encontra-se agora sob a análise do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo para seguir com os procedimentos legais pertinentes.

O Ministério Público requer uma indemnização de 32.377.276,46 a Venâncio Mondlane e Albino Forquilha por desconsiderarem as advertências e notificações feitas por essa entidade, continuando a promover convocações e a incentivar a participação em massa dos cidadãos nos mencionados movimentos de protesto, incitando-os à revolta e à suspensão de todas as actividades no país.

Na transmissão ao vivo desta Terça-feira, Venâncio Mondlane também comentará sobre a acção civil que a procuradoria prepara contra si, no entanto, afirmou que não vê relevância nisso, já que a sua vida pode estar em risco e tudo pode acontecer. Ele declarou que não realiza as suas acções em benefício próprio, mas sim em prol das futuras gerações.

Segundo Venâncio, fica evidente que a violência presente nas manifestações não é causada por seus apoiadores. Por isso, para prevenir situações de conflito, ele decidiu realizar apenas concentrações nas ruas, evitando, longas caminhadas. Raufa Faizal