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Justiça finalmente libera Momade após meses de detenção ilegal a mando da KENMARE

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O Rigor acaba de ser informado sobre a soltura de Momade Garcia Mueda, um rapaz de 27 anos preso na cadeia distrital de Moma, por ordem da empresa KENMARE, a companhia estrangeira que realiza a exploração de recursos minerais em Pilivili, Moma e Topuito, em Larde.

O rapaz foi preso em Novembro e ficou em diversas celas, desde Pilivili, Comando da PRM em Moma, Primeira Esquadra da Polícia na cidade de Nampula, até à cadeia distrital de Moma, sem nunca ter sido interrogado para legalizar ou não a sua detenção.

Somente no dia 8 de Março corrente é que Momade foi interrogado. No dia 7, o Rigor esteve em Moma e conversou com o jovem nas celas da cadeia distrital e este relatou várias violações, incluindo o facto de ele estar com a perna em estado crítico devido a um tiro que levou e não ter recebido assistência apropriada, excepto a detenção, onde passou por momentos difíceis. Momade viu sua perna apodrecer diante do olhar impávido das autoridades.

“Estava a realizar a pesca numa região próxima ao meu bairro, desconhecia que era uma prática proibida. Caso haja uma justiça verdadeira neste país, peço que seja realizada rapidamente, pois sem atendimento médico adequado, minha perna está ficando cada vez pior e resultando em complicações adicionais”, relatou Momade, pedindo por sua soltura.

 No final das contas, o que de facto aconteceu?

Momade Garcia Mueda, foi baleado enquanto pescava em uma lagoa, o qual alegadamente teve seu acesso bloqueado para as comunidades de Pilivili pela empresa KENMARE.

O atentado aconteceu supostamente devido ao roubo de cobre na região de propriedade da KENMARE, cometido por indivíduos sem identificação, sem uniforme policial ou de uma empresa de segurança, o que dificultou a identificação se eram agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) ou de uma empresa de segurança contratada pela KENMARE, explicou o suspeito em uma entrevista exclusiva ao Rigor.

Segundo as informações que recebemos, Momade passou por uma sessão de fotos incriminatórias em um depósito da empresa após o incidente, uma prática frequente, especialmente nas zonas mineiras de Moma.

Durante sua transferência para a sede do distrito, Momade precisou passar por cuidados médicos em uma unidade de saúde em Pilivili onde pela gravidade do ferimento foi transferido para o Hospital Distrital de Moma. Posteriormente, ele foi transferido para o Hospital Central de Nampula e, após um longo período de reclusão na cidade de Nampula, retornou para Moma sem ter sido ouvido em qualquer momento.

Nroromelo já reagiu

A Nroromelo, uma rede de investigação e denúncia de casos de violações de direitos humanos em Moçambique, afirma que após a libertação de Momade, agora a batalha é garantir que a empresa KENMARE assuma os custos do tratamento da perna de Momade, que foi gravemente danificada devido à falta de tratamento durante os cinco meses de detenção ilegal em Moma. O rigor promete trazer mais pormenores na edição desta terça-feira, 26 de Março de 2024.Redacção

 

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