Empresários de Nampula temem viajar para maputo devido a sequestros

Os frequentes incidentes de sequestro na cidade de Maputo deixam os empresários da província de Nampula em estado de alerta, levando-os a evitar fazer viagens para Maputo, onde também possuem seus empreendimentos.

Segundo vice-presidente do Conselho Empresarial Provincial (CEP) de Nampula, Luís Vasconcelos, alguns empresários, especialmente de origem indiana, diminuíram suas visitas à cidade capital, preferindo focar exclusivamente em Nampula, o que está prejudicando o desenvolvimento dos negócios, já que Maputo é uma das principais forças económicas de Moçambique.

“Estamos alarmados com o aumento dos casos de sequestros, que estão crescendo continuamente em nosso país, especialmente na cidade de Maputo. O sector empresarial da província de Nampula está particularmente preocupado com essa situação, pois Maputo está deixando de ser um local atractivo para negócios, especialmente para empresários de origem indiana. Os constantes registos de sequestros, muitas vezes ocorridos à luz do dia, estão afastando os empresários da cidade de Maputo. Isso é preocupante, pois a capital é um importante centro de negócios, mas os riscos à segurança estão impedindo o desenvolvimento das actividades empresariais”, disse.

O representante dos empresários em Nampula afirmou que por essa razão a capital Maputo tem perdido a atractividade para os empresários indianos devido aos frequentes casos de sequestros na região, prejudicando assim o progresso do país e forçando muitos deles a retornarem para sua terra natal.

Em uma entrevista exclusiva concedida ao jornal O Rigor, Luís Vasconcelos abordou a problemática dos sequestros na cidade de Maputo, enfatizando que essa prática prejudica significativamente a classe empresarial e desestimula investimentos em diversas regiões de Moçambique, com destaque para a comunidade indiana, a qual é a mais afectada por essa situação.

Vasconcelos solicita enfaticamente às autoridades competentes que realizem uma investigação detalhada dos infractores, e acabem com o problema, evitando que aqueles que estão sendo identificados paguem cauções para sua liberação, sob risco de voltarem a cometer os mesmos delitos.

“Quanto a este assunto, gostaríamos de pedir ao governo de Moçambique que crie orientações para aprimorar a actuação de nossa polícia na prevenção desses delitos, visto que esses sequestros têm impacto na estabilidade de nossa economia”.

Segundo a fonte, discutir sobre sequestros é extremamente sensível devido à complexidade da situação, que envolve a retenção e violência contra uma pessoa, enquanto seus familiares são obrigados a pagar resgates elevados para garantir seu retorno seguro. Elina Eciate