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Insatisfação da população impulsiona migração em massa para a CAD
Alguns especialistas afirmam que a actual migração em massa da Renamo e MDM para a Coligação Aliança Democrática CAD, liderado por Venâncio Mondlane, está relacionada às mudanças geracionais, à falta de renovação das políticas de governo e à insatisfação da população com os partidos tradicionais. Especialmente a juventude tem demonstrado desconforto com o que vem ocorrendo dentro dessas duas agremiações políticas, consideram nossos analistas.
Segundo Wilson Nicaquela e Wilker Dias, em entrevista ao Rigor, as saídas em grande número da Renamo e do MDM são reflexo da prepotência, do nepotismo, da indiferença e da sensação de desdém da juventude. Nos últimos tempos, tanto a RENAMO quanto o MDM deixaram de ser opções para a maioria dos jovens e de outras faixas etárias, que veem a CAD como a única esperança diante do desespero e do desconforto.
“A transição para a CAD está relacionada com a busca por mudanças no panorama político do país e com a actual situação da oposição em Moçambique, que tem sido evidente. Na oposição, acredito que Venâncio Mondlane é a figura mais proeminente e carismática, especialmente entre os indivíduos, que estão à procura de alternativas e veem Venâncio Mondlane como uma opção viável”, comentou Wilker Dias, destacando que o país todo está passando por mudanças principalmente geracionais, tendo impacto significativo na popularidade de Venâncio Mondlane, que conquista a simpatia não apenas dos jovens, mas também de pessoas de outras faixas etárias.
De acordo com esses grupos, Venâncio Mondlane consegue se comunicar de forma eficaz com os jovens, que estão entre seus principais seguidores actualmente. Além disso, atrai também os mais velhos que não concordam com as políticas internas da oposição, especialmente da Renamo.
“Na óptica destes grupos, ele [Venâncio Mondlane] consegue falar a língua da juventude, um dos principais seguidores que está com ele nesses últimos tempos. Para além dos jovens, os mais velhos que não se revêem nas políticas internas da oposição, principalmente a Renamo”.
Mesmo que esteja de acordo com o ponto de vista de Wilker Dias, o Prof. Wilson Nicaquela percebe a abundância de filiados recém-chegados do partido de Venâncio Mondlane sob duas ópticas.
“A origem desse problema está ligada ao desconforto dos jovens em relação à falta de representatividade na Assembleia da República, que eles veem como uma mera reprodução do que já contestavam anteriormente. Como resultado, há um grande sentimento de arrogância nos partidos políticos, tanto no MDM quanto na RENAMO, onde prevalecem a arrogância, o nepotismo e a indiferença. Existe um forte sentimento de desdém em relação à juventude e à população em geral. Assim, os jovens, ao perceberem que esses partidos políticos, que se apresentavam como alternativas, na verdade, não trazem soluções, encontram-se frustrados” disse e continuou:
“Assim, quando uma alternativa com ideias um tanto renovadas encontra uma utopia de transformações de paradigmas sempre em construção, a juventude vê na CAD uma âncora. Para os jovens, a CAD é uma âncora nesse momento de desespero, principalmente no desconforto que está presente naqueles que eram considerados partidos de oposição, que se apresentavam como alternativas ao partido que está no poder actualmente”, analisa Wilson Nicaquela.
Na segunda abordagem, Wilson Nicaquela adverte sobre um risco iminente de uma entrada em massa na CAD, bem como uma estratégia para atrasar os planos e desmantelar o partido de Venâncio Mondlane. Ele cita o exemplo do MDM, que enfrentou interferências da RENAMO logo no início, levando ao fracasso anos depois e à situação actual.
“A desistência dos membros dos partidos de oposição em apoiar Venâncio Mondlane não me surpreende. Vejo essa mudança com desconfiança, pois nem todos que estão migrando para o lado da Coligação Aliança Democrática ou de Venâncio Mondlane realmente se identificam com a causa. Alguns podem ser infiltrados, fantoches enviados pela RENAMO para retardar o progresso da Coligação Aliança Democrática. MDM foi assim. A Renamo enviou muitos quadros para desestabilizar a RENAMO”.
Wilson afirma que embora haja uma maior adesão ao CAD, em momento algum se pode considerar como uma vitória desse movimento, por ser frequentada apenas por indivíduos politicamente frustrados.
“Não é provável que a Coligação Aliança Democrática consiga superar a FRELIMO a ponto de forçar o início do processo de Aliança para a formação do governo. O CAD carece de organização para alcançar o executivo. A CAD ainda não possui votos, mas poderá atrair eleitores descontentes. O número de descontentes não representa a maioria no país”, alerta Wilson Nicaquela, chamando a atenção da CAD para uma possível desestabilização num futuro próximo. Vânia Jacinto e redacção
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