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HCN alerta para diagnóstico tardio do cancro e defende prevenção nas aldeias e escolas

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O Hospital Central de Nampula (HCN) defendeu esta semana que a prevenção do cancro da mama e do colo do útero não pode ficar limitada às unidades sanitárias urbanas, mas deve alcançar aldeias, escolas e comunidades rurais. O apelo foi feito pelo director do HCN, Cachimo Mulina, no âmbito da campanha Outubro Rosa, num contexto em que muitos casos continuam a ser diagnosticados em estádios avançados.

Segundo Mulina, Outubro deve ser mais do que um mês de sensibilização: deve ser um momento de reflexão e acção. “É a altura de perguntarmos o que podemos fazer pelas mulheres que já enfrentam estas doenças e como evitar que outras sejam afectadas. A informação precisa de chegar a todos os lugares onde as mulheres vivem”, referiu o responsável.

A necessidade de expandir a mensagem ganha força quando confrontada com os números. O médico especialista António Carlos revelou que o HCN recebeu recentemente 52 pacientes com cancro da mama, a maioria diagnosticada em fases avançadas, já com metástases. “Infelizmente, muitos chegam tarde, o que dificulta o tratamento. Ainda assim, graças a novos protocolos de quimioterapia e ao comité de tumores que reúne várias especialidades todas as sextas-feiras, registámos uma redução dos óbitos nos últimos dois anos”, explicou.

O cenário não é diferente no cancro do colo do útero. Só nos últimos sete meses foram diagnosticados mais de 300 casos no hospital, o que confirma esta patologia como a principal causa de morte oncológica entre mulheres, seguida pelo cancro da mama. “A maioria é diagnosticada em estado avançado, mas quando detectado a tempo também pode ter cura”, acrescentou o especialista.

Para além do diagnóstico tardio, outro desafio é a descontinuidade dos tratamentos. “Algumas mulheres acreditam estar curadas após a cirurgia e não regressam às consultas de seguimento. Quando voltam, muitas vezes já com recidivas, o quadro torna-se mais complicado. É fundamental continuar a quimioterapia ou outros tratamentos após a operação”, frisou Carlos.

MuliNa reforçou que a detecção precoce é determinante para salvar vidas e que cada mulher deve ser encorajada a desconfiar de qualquer alteração no seu corpo. “Se conseguirmos identificar a doença cedo, temos possibilidade de ajudar. É preciso ensinar as mulheres a procurar de imediato as unidades sanitárias”, explicou, lembrando que o autoexame é um passo essencial.

O director recordou ainda que o HCN, como unidade de referência para as províncias do norte, dispõe de médicos, cirurgiões e ginecologistas preparados para dar resposta. Mais de 60% do seu corpo de profissionais são mulheres, o que, segundo afirmou, reforça a responsabilidade da instituição em liderar campanhas de prevenção e levar a mensagem até às famílias e comunidades.

Concluindo, MuliNa e os especialistas do hospital convergem no mesmo apelo: aproximar os serviços de saúde das comunidades, encorajar o autoexame e garantir continuidade dos tratamentos. “O nosso compromisso é salvar vidas, mas para isso precisamos que cada mulher faça o rastreio e procure o hospital ao menor sinal de alteração. Quanto mais cedo o diagnóstico, maiores são as hipóteses de cura”, sublinhou o director do HCN. Redacção 

 

 

 

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