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ECONOMIA

Economista alerta: ganhos da saída da lista cinzenta só serão sustentáveis com reformas

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O economista moçambicano Jorge Serrão Conhaque João advertiu que os benefícios da remoção de Moçambique da lista cinzenta do Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI) só serão duradouros se o país consolidar as reformas em curso e reforçar os mecanismos de combate à corrupção e ao branqueamento de capitais.

Segundo o especialista, a saída da lista pode representar um marco positivo para a economia nacional, ao aumentar a confiança dos investidores, facilitar o acesso ao crédito e criar novas oportunidades de emprego. No entanto, advertiu que tais ganhos poderão ser passageiros caso não haja um compromisso firme com a transparência e a boa governação.

“Essa melhoria reputacional tende a atrair maior investimento estrangeiro, facilitar o acesso a crédito e reduzir o custo de financiamento externo, uma vez que o país passa a ser percebido como menos arriscado. Além disso, o ambiente de negócios torna-se mais favorável, beneficiando bancos, exportadores e investidores que operam em transacções internacionais”, explicou o economista.

No plano macroeconómico, acrescentou, este avanço reforça a imagem de Moçambique como uma economia mais alinhada às normas globais de prevenção do branqueamento de capitais e do financiamento do terrorismo.

Conhaque João sublinhou que a remoção da lista cinzenta pode gerar efeitos indirectos, mas relevantes, para os cidadãos. “A redução do custo do crédito e o aumento do investimento poderão estimular o crescimento económico, criar novos empregos e melhorar infra-estruturas e serviços públicos”, disse, acrescentando que a mudança também pode fortalecer a confiança das pessoas no sistema financeiro.

“A confiança no sistema bancário tende a aumentar, ampliando o acesso a serviços como remessas, pagamentos internacionais e crédito, o que é particularmente relevante para uma economia com grande dependência de fluxos externos”, destacou.

O economista frisou ainda que o fortalecimento das instituições financeiras e dos mecanismos de controlo protege o dinheiro dos cidadãos e assegura mais transparência na gestão dos recursos públicos. “Paralelamente, o reforço institucional contribui para reduzir riscos de crises bancárias e para promover maior confiança na governação económica”, apontou.

No entanto, advertiu que os benefícios não serão imediatos nem automáticos. “O país precisa consolidar as reformas que permitiram a saída da lista, garantindo que os mecanismos de supervisão e combate à corrupção sejam sustentáveis. Caso contrário, os ganhos podem concentrar-se em grupos restritos ou mesmo perder-se, colocando Moçambique novamente sob escrutínio internacional”, alertou.

Para Conhaque João, a verdadeira vitória será transformar a credibilidade externa conquistada em resultados internos concretos: “crescimento inclusivo, estabilidade económica e melhoria efectiva das condições de vida da população”. Vânia Jacinto

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