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Desinformação sobre a cólera leva à destruição de 40 casas em Lunga
Uma crescente onda de desinformação sobre a origem da cólera resultou na destruição de 40 casas e um posto policial no Posto Administração de Lunga, no distrito de Mossuril. Isso ocorreu após um incidente em Abril do ano passado, quando quase 100 pessoas morreram em um naufrágio próximo à Ilha de Moçambique, enquanto supostamente tentavam escapar da cólera.
A devastação das 40 residências, incluindo a do chefe do posto, que foi construída há cerca de cinco meses, foi realizada por moradores iludidos por informações falsas. Essas alegações vinculavam kits de emergência, fornecidos aos Comités Locais de Gestão e Redução do Risco de Desastres (CLGRD) pelo Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), a uma suposta transmissão da doença.
Um internauta que gravou um vídeo alegadamente mentindo que os kits de pronto-socorro continham comprimidos que transmitem a cólera provocou reacções nas comunidades de Kivulane, Muanangome, Muaconi e Mualo, todas situadas no Posto Administrativo de Lunga.
De acordo com Alfredo Machaieie, administrador do distrito de Mossuril, a desinformação disseminada por meio de um vídeo provocou a fúria dos habitantes que se dirigiram ao posto policial de Lunga, incendiando-o e atacando posteriormente as casas de agentes comunitários e líderes locais.
Além do posto policial e das residências, a acção, motivada pela falta de informação, resultou na destruição de todos os materiais de primeiros socorros que estavam nas casas dos líderes comunitários de Lunga.
“Andou Infelizmente a circular um vídeo a dizer que nos kits distribuídos haviam comprimidos e que os comprimidos são para propagar a cólera. Não há nenhum comprimido lá, isso foi uma forma de induzir a população a fazer acções negativas, tratando-se infelizmente de Lunga, onde ano passado também houve a mesma desinformação e houve um naufrágio”, comentou o administrador de Mossuril em conversa ao Rigor.
Alfredo Machaieie disse que o seu governo está “muito preocupado” com a conduta de certos indivíduos que tentam desinformar a população sobre a epidemia de cólera, alegando que a mesma é fabricada pelos líderes comunitários. O administrador reprova essa atitude e faz fortes apelos.
“As comunidades não devem se deixar levar pela simples desinformação que alguém que nem vive na comunidade, não conhece a comunidade, apenas aparece e lança informações dessa natureza só para criar desinformação. Temos experiência infelizmente negativa, do ano passado, em que as comunidades puseram-se em fuga, meteram-se em barcos até haver aquela tragédia, exactamente por ouvir dizer e hoje também foram levadas a vandalizar infra-estruturas que estão ali para assistir a própria comunidade, então isso é negativo. O nosso apelo é que isso não pode acontecer”.
Até o último Domingo, Lunga havia voltado a normalidade, apesar de destruído, devido a um trabalho de mobilização promovido pelo governo. No entanto, essa não é a primeira vez que o governo implementa acções de consciencialização comunitária para informar as populações de que a cólera não é transmitida intencionalmente por meio de produtos. Após o naufrágio que resultou na morte de quase 100 pessoas em um acidente marítimo, enquanto tentavam escapar para a Ilha de Moçambique, o governo realizou várias acções, incluindo a disponibilização de meios de transporte e diversas construções, mas tudo isso se mostrou insuficiente para informar adequadamente a população. Vania Jacinto
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