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SOCIEDADE

Arcebispo de Nampula defende a necessidade urgente de dirigentes que promovam a justiça em todos os aspectos da vida social

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O Arcebispo de Nampula, Dom Inácio Saúre, afirmou que o país necessita de dirigentes que compreendam a justiça em todos os aspectos da vida humana, incluindo a religião, a política e a convivência social, para o país poder experimentar a verdadeira justiça.

Durante uma homilia realizada no último Domingo (16) na Sé Catedral de Nampula, Inácio Saúre afirmou que a nação não pode persistir nessa onda de violência; é essencial que a justiça se torne uma parte concreta da realidade.

“Quando a verdadeira justiça chegará a Moçambique? Quem terá direito à cidadania nesta terra? Essa é uma questão que muitas vezes permanece sem resposta. Devido à leveza que permeia o coração humano, o profeta Isaías dizia, arrancaremos do coração o vosso pensar de pedra, e dando leve o coração de carne. Moçambique necessita realmente de líderes que compreendam a justiça em todas as suas dimensões–na religião, na política e na vida social. O tema da justiça para todos é crucial; quem entre nós pode afirmar nunca ter sido alvo de alguma forma de injustiça?”, questionou Dom Inácio Saúre. Para isso, Dom Inácio convocou os dirigentes do país a se tornarem pessoas exemplares, por meio da prática de acções voltadas ao bem comum, abstendo-se naturalmente dos interesses pessoais.

“A vocação missionária destina-se àqueles que têm amor pelo Senhor e estão prontos para fazer sacrifícios a fim de levar a mensagem àqueles que precisam, contribuindo para a salvação das almas através da santidade. Essa santidade é alcançada pelo esforço de se ser excepcional nas tarefas quotidianas, cumprindo deveres e responsabilidades com a intenção de fazer o bem, independente de recompensas”.

Inácio Saúre enfatizou que ‘a prática das boas acções é, por definição, o verdadeiro bem e deve ser realizada com qualidade. Não adianta realizar várias actividades se não forem feitas com a intenção correcta; não se pode cometer erros em um lugar e justificá-los oferecendo algo, pois isso não se considera fazer o bem.

Dom Inácio Saúre afirma que muitas pessoas acreditam que a santidade é exclusiva para aqueles que podem se afastar das actividades quotidianas para dedicar tempo à oração, mas essa ideia não corresponde à realidade. Dom Inácio disse que todos são chamados à santidade, vivendo a vida com amor, dando testemunho a cada dia.

“Independentemente de onde estamos, se você é casado, demonstre seu amor por sua esposa; se é trabalhador, execute as suas actividades com ética e competência; pais e avós devem ser exemplos de santidade, ensinando com paciência as crianças a trilhar o caminho da virtude. Ser santo também implica lutar pelo bem comum e abandonar a fofoca e a mentira. Tomar essa atitude pode nos conduzir à santidade”, disse o arcebispo de Nampula, referindo-se às palavras do Papa.

“Como seguidores de Jesus Cristo, temos a vocação para a santidade a partir do nosso baptismo. Independentemente da posição que ocupamos, seja como religiosos, sacerdotes, políticos ou mesmo como dirigentes, é importante que todos busquem se santificar e agir com justiça. O profeta Isaías, na primeira leitura, já enfatizava essa mensagem, mencionando que seu enviado traria a verdadeira justiça aos povos. Assim, reflicto sobre a importância de uma justiça genuína.

Segundo Dom Inácio Saúre, é viável que os dirigentes moçambicanos alcancem a santidade, desde que deixem de lado as práticas pagãs e sigam rigorosamente os ensinamentos de Deus, dedicando-se a acções do bem.

“Para que essa transformação ocorra, é fundamental ouvir e acolher a palavra de Deus por ressoar profundamente em nosso coração. Jesus não é apenas uma figura histórica; Ele se faz presente por meio da sua palavra, dos sacramentos e da Igreja. Imaginem um cristão diferente que, ao ouvir essa mensagem, se sente desafiado por Deus e começa a reflectir: se estivesse na situação, como agiria Jesus? Nesse contexto, seu critério de escolha é a vontade de Deus, o que nos leva a procurar pela santidade”.

O Arcebispo de Nampula expressou a sua reprovação em relação à situação de Moçambique, onde “a violência transformou-se em pão nosso de cada dia”.

Ele fez um apelo por reconciliação e perdão, enfatizando a necessidade de eliminar o ódio entre os cidadãos moçambicanos.

“É essencial que os irmãos busquem a reconciliação. É fundamental deixarem de lado o ódio e a violência. Todos nós sabemos que actualmente há um aumento assustador de mortes inexplicáveis em Moçambique. Pessoas são assassinadas em suas próprias casas, mas quem é o responsável por esses crimes? Portanto, é crucial que, especialmente neste ano em que estamos comemorando o jubileu ordinário da Igreja em 2025, o Papa Francisco proclamou este Jubileu e aqui na igreja lemos o decreto que o Santo Padre nos oferece o perdão. Contudo, para receber esse perdão, é necessário reconciliar-se e abandonar as práticas pecaminosas, direccionando-se em busca da paz, do perdão e da verdade”. Raufa Faizal

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2 Comments

2 Comments

  1. José Luzia

    Fevereiro 17, 2025 at 1:34 pm

    Parabéns ao arcebispo por ter decidido levantar a voz profética como lhe compete!

  2. Moçambicanos A nossa Dignidade

    Fevereiro 17, 2025 at 11:52 pm

    Louvado seja o nosso Poderoso Deus!

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