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SOCIEDADE

ANAPRO vai pressionar partidos parlamentares a intervir nos problemas dos professores

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A Associação Nacional dos Professores (ANAPRO) em Nampula anunciou que, nos próximos dias, irá encetar contactos com todos os partidos com assento parlamentar, exigindo o seu envolvimento na resolução dos problemas que afectam a classe docente. A decisão foi tomada no âmbito do Dia Nacional de Reflexão pela Educação, assinalado a 25 de Outubro, e traduz uma mudança de estratégia na luta dos professores.

Segundo o secretário provincial da ANAPRO, Arnaut Ângelo Naharipo, os docentes estão cansados de esperar por respostas do Ministério da Educação e vão agora procurar apoio político directo. “Vamos sentar com todos os partidos parlamentares, porque afinal de contas, graças ao professor, hoje eles são deputados e usufruem de boa vida social e económica. Não é justo que o professor continue a ser marginalizado”, afirmou.

A iniciativa surge após duras críticas às recentes declarações da ministra da Educação, que comparou os professores a “chaleiras”. Para a ANAPRO, esse episódio foi a gota de água num cenário já marcado por salários em atraso, horas extras não pagas e cortes injustificados em subsídios, situação que tem fragilizado ainda mais a dignidade da profissão docente.

Entre as exigências apresentadas, destaca-se o pagamento imediato das horas extras em dívida e o fim da cobrança do subsídio de assistência médica e de morte. Caso o Governo não avance com soluções, os professores defendem que sejam disponibilizadas clínicas privadas ou que se melhorem substancialmente os serviços de saúde pública.

Naharipo deixou claro que, se até ao final de 2025 as horas extras não forem regularizadas, no dia 1 de Janeiro de 2026 a ANAPRO emitirá um comunicado nacional exortando todos os docentes a não realizarem actividades adicionais. “O professor não pode continuar a trabalhar de graça, quando o seu esforço não é reconhecido”, advertiu.

Para a associação, os partidos políticos não podem manter-se alheios ao debate, uma vez que o ensino é a base da formação de todos os líderes nacionais. “O professor é o único funcionário da função pública que é marginalizado. Já basta. Os deputados devem assumir que têm uma dívida moral para com os docentes que os formaram”, reforçou o dirigente.

A reflexão em Nampula contou com representantes de Monapo, Eráti, Meconta, Nampula, Ribáuè, Angoche, Malema, Nacala-Porto e Rapale, demonstrando a força colectiva do movimento. Para os participantes, a luta pelos direitos dos professores já não se restringe ao campo sindical, mas alcança dimensão política e social, pois está em jogo o futuro da educação moçambicana.

Com esta ofensiva política, a ANAPRO pretende colocar as reivindicações docentes no centro da agenda parlamentar, transformando a pressão dos professores em tema incontornável no debate nacional sobre a qualidade da educação. Redação

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