ELEIÇÕES GERAIS 2024
Ameaças da CAD são temporárias, diz especialista moçambicano

O sociólogo moçambicano, Pedrito Cambrão, diz que as ameaças da CAD de destruir o país se não participar das eleições são passageiras. Ele minimiza a situação, afirmando que a CAD não possui o mesmo poderio bélico da RENAMO de Dhlakama. Cambrão aconselha que, em vez de perder tempo com ameaças, a CAD deve recorrer a argumentos para sustentar sua recorrência ao Conselho Constitucional.
Em uma entrevista, esta manhã, Pedrito Cambrão lamentou que a própria oposição esteja a lutar contra si mesma. Ele lembrou que a situação não se originou apenas com a CAD, pois também ocorreu contra o MDM, em um esquema orquestrado semelhante ao que a Renamo está fazendo hoje.
“Quando Deviz Simango deixou a Renamo para fundar o MDM, enfrentou-se a situação em que o MDM não se candidatou em várias províncias, não porque a FRELIMO desejava, mas porque a própria RENAMO assim o queria. Agora, é Venâncio quem deixa a Renamo e a RENAMO não está satisfeita. Venâncio é reconhecido como uma figura importante, se competir com a CAD pode conquistar o segundo lugar”, explicou, acrescentando que se a CAD entrar na disputa, poderá prejudicar a posição da própria RENAMO e do seu líder, Ossufo Momade, como o segundo partido mais votado em Moçambique.
“Você sabe o que representa a CAD ficar em segundo lugar? Significa que a RENAMO e seu líder Ossufo Momade perderão seus privilégios. Por isso, Mazanga e seus aliados na Comissão Nacional de Eleições fizeram de tudo para impedir a CAD”, lamenta o Sociólogo, que critica fortemente o excesso de formalismo da Comissão Nacional de Eleições.
O sociólogo compreende que, para além da rigidez legal, as normas devem ser acolhedoras para com o ser humano, por isso, insistem na importância de o país assegurar um Estado de Direito e a justiça social.
“Para que serve a lei se não for justa? A escravidão era uma lei mais injusta, o mono partidarismo era uma lei, porém injusta, o centralismo era lei, no entanto, não era justo. Combatemos e agora testemunhamos a descentralização centralizada”, afirmou Pedrito Cambrão, que argumenta que a Democracia representa o poder do povo e não o poder do partido.
“Os pleitos eleitorais representam a celebração da Democracia. Trata-se de uma das expressões de um Estado baseado na Democracia. Cabe ao povo se envolver na celebração, e não apenas alguns partidos privilegiados. A legislação não deve ser meramente legalista, mas sim humanitária e equitativa”.
Em suas palavras, o Professor Doutor Pedrito Cambrão, expressa sua opinião sobre a questão da punição exagerada diante de pequenos erros cometidos pelas pessoas. Para ele, aplicar a lei com rigidez extrema é um sinal de fundamentalismo, o que poderia causar instabilidade no país. Faz críticas à Oposição em Moçambique, especialmente à RENAMO, acusando-os de perseguir os partidos opositores nos últimos dias.
“A grande oposição actual não é a FRELIMO é a própria oposição, a lutar contra a Oposição. Ultimamente têm sido os pobres a combater os próprios pobres, mesmo sem nenhuma ordem superior. Agentes da polícia municipal maltratam o povo. É um povo a bater o próprio pobre”, disse Cambrão e termina:
“A posição no lugar de se unir luta contra a própria oposição. E, quem celebra é a FRELIMO. A FRELIMO já não precisa de fazer esforço porque a própria oposição já se combate entre ela”.
Recorde-se que os membros da Coligação Aliança Democrática (CAD) avisaram, em conferência de imprensa, que estão preparados para “rebentar” o país, caso o Conselho Constitucional chumbe o recurso da coligação, na sequência da reprovação da mesma pela Comissão Nacional de Eleições (CNE).
A CNE decidiu chumbar a candidatura da CAD por não atender aos critérios exigidos tanto pela Lei Eleitoral quanto pela Lei dos Partidos Políticos. Raufa Faizal
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