Moçambique e Zâmbia assinam acordo para criação de Fronteira Única

Moçambique e Zâmbia elevaram as suas relações de irmandade a um novo patamar de cooperação estratégica, com a assinatura de um acordo bilateral que prevê a implementação de uma Fronteira de Paragem Única em Chanida (Moçambique) e Cassacatiza (Zâmbia).

O entendimento, rubricado esta quinta-feira (24) em Lusaka, durante a visita de trabalho do Presidente Daniel Francisco Chapo, visa dinamizar o comércio, facilitar a circulação de pessoas e bens e reforçar a integração regional através do desenvolvimento dos corredores de transporte.

Chapo encontra-se na Zâmbia a convite do seu homólogo, Hakainde Hichilema, para participar nas celebrações do 61.º aniversário da independência zambiana. Além da cerimónia, os dois estadistas mantiveram encontros privados e conversações bilaterais alargadas, onde foram abordados temas ligados aos corredores da Beira e de Nacala, à energia, às fronteiras e ao comércio.

“Estamos aqui, face a face, para discutir os desejos comuns que temos com a Zâmbia e elevar o nosso nível de cooperação para o bem-estar dos nossos povos”, afirmou o Chefe de Estado moçambicano, sublinhando que a nova etapa da relação deve centrar-se na independência económica. “A primeira independência foi política. Agora, precisamos trabalhar juntos para alcançarmos a independência económica”, acrescentou.

O Presidente destacou ainda a importância da interconexão logística regional, com ênfase nos corredores da Beira e Nacala, e anunciou o avanço do projecto para a criação de um novo porto seco em Dondo, como forma de descongestionar o Porto da Beira.

Por sua vez, Hakainde Hichilema reafirmou a profundidade das relações históricas e a interdependência entre os dois países, defendendo maior cooperação nos domínios do comércio, investimento e infra-estruturas.

No sector energético, Moçambique manifestou interesse em aprender com a experiência da Zâmbia na transformação de matérias-primas e reafirmou o compromisso em aumentar a geração de energia com a segunda fase da Hidroeléctrica de Cahora Bassa e o projecto Mphanda Nkuwa.

Com esta parceria, os dois países esperam consolidar a cooperação bilateral e transformar os laços históricos em ganhos concretos de desenvolvimento económico e social para as suas populações.