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OPINIÃO

Entre o Céu e a Terra

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Entre todas as criaturas que caminham, nadam ou voam neste mundo, há uma que Deus olhou com um amor particular: o Homem. Nenhum crocodilo, por mais feroz; nenhuma serpente, por mais astuta; nenhum sapo, por mais persistente em sua melodia; nenhum pássaro, por mais livre em seus céus  recebeu o amor de Deus com a intensidade e a consciência que Ele dedicou ao Homem.

O Homem não é perfeito. Sofre, erra, tropeça, como todas as criaturas. Mas ele também pensa, sente, cria, ama e busca sentido para a própria existência. Enquanto muitas criaturas vivem instantes curtos, um ano, meses, até semanas o Homem percorre anos, décadas, algumas vezes até um século, acumulando experiências, memórias e escolhas. É essa longevidade, essa consciência, que faz dele único aos olhos de Deus.

Olhe para o crocodilo, que enfrenta a vida apenas com instinto; a serpente, que se move sem entender a beleza do mundo; o sapo que coaxará por uma temporada apenas. Todas cumprem seus destinos, mas vivem à mercê da natureza, sem saber que o tempo lhes é limitado. O Homem, em contrapartida, caminha com a oportunidade de aprender com os próprios erros, de corrigir, de perdoar e de construir. Ele não é apenas sobrevivente: é responsável por sua própria vida e, em certo sentido, pelas vidas daqueles que o cercam.

É por isso que o Homem deve respeitar a si mesmo. A vida que lhe foi dada é rara, preciosa e infinita em possibilidades. A consciência do tempo que passa, dos anos que somam experiências, da capacidade de amar e ser amado, torna cada dia uma dádiva. Enquanto outras criaturas enfrentam consequências imediatas de suas escolhas ou instintos, o Homem carrega consigo não apenas o reflexo de suas ações, mas também o peso da liberdade que lhe foi concedida.

Ser Homem é, portanto, um privilégio que exige gratidão. É compreender que o amor de Deus não é dado a qualquer ser, mas depositado naquela criatura capaz de sonhar, sofrer, criar e transformar. É reconhecer que cada manhã, cada respiração e cada experiência é um presente que deve ser honrado com respeito, responsabilidade e consciência.

 

Enquanto crocodilos e serpentes cumprem seu papel silencioso, o Homem é chamado a ser mais: a refletir, a educar, a amar e a construir. Ele é a criatura que Deus contempla com ternura e expectativa, esperando que faça jus ao dom da vida, que aproveite cada instante com gratidão e que jamais se esqueça do privilégio de ser humano.

Respeitar o Homem é, assim, respeitar a própria criação de Deus. É compreender que, entre todas as criaturas, nenhuma recebeu tanto amor, tanta responsabilidade e tanto tempo para crescer, aprender e evoluir. E se há algo que o Homem não pode desperdiçar, é esse presente de Deus: a vida longa, a consciência e a capacidade de amar.

Que o Homem acorde todos os dias lembrando que é amado, único e responsável. Que valorize cada instante, cada ano, cada experiência. Pois enquanto crocodilos, sapos e cobras vivem sob leis da natureza, o Homem vive sob o olhar atento de Deus, carregando em si a dádiva mais rara de todas: a vida consciente.

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