Denuncia a ACAMO: Partidos Politicos em Nampula Viram as Costas para os cegos

“Nunca ouvi pelo menos uma palavra sobre os cegos na Campanha”, afirma o Delegado da ACAMO em Nampula, ressaltando que a sua organização, tem notado a ausência de compromissos por parte dos Candidatos em relação às necessidades das pessoas com deficiência, em especial as pessoas com deficiências visuais.

O Delegado Provincial da Associação, Afonso Lima, disse ao Rigor, que os Candidatos Presidenciais devem comprometer em dar suporte aos cegos, tanto durante as suas campanhas eleitorais, quanto após serem eleitos.

“Até pergunto esses que passam aí, não aparecem aqui por quê? Não passam porque está aqui uma pessoa com deficiência. Têm medo, eu perguntar, por que não falam sobre o nosso nome na campanha? Então não é uma campanha inclusiva. Estamos sendo excluídos”, denuncia Afonso Lima.

Mesmo diante da aparente marginalização das pessoas com deficiência visual, a Associação, almeja que sejam solucionadas as questões que afectam a camada, pelo futuro Presidente da República, seja quem for.

“ Essa pessoa que vai ganhar, deve olhar muito na pessoa com deficiência visual. Passamos mal na Saúde, na Educação. As nossas crianças nascem, crescem sem saber ler e escrever por falta de condições”, disse.

Afonso Lima, destacou que indivíduos com deficiência visual, são pessoas normais, daí que pede o seu envolvimento em actividades de campanha e posteriormente na Governação.

Cegos e Amblíopes De Nampula, lutam por acesso à informação e mobilidade

Associação dos Cegos e Amblíopes de Moçambique (ACAMO), em Nampula, diz que está a enfrentar dificuldades relacionadas à escassez de meios de compensação, principalmente no que diz respeito à falta de materiais essenciais, como bengalas brancas, equipamentos de leitura em Braile essenciais, para a mobilidade e acesso à informação dos membros.

“Encaramos a falta de meios de compensação, nomeadamente a bengala branca, para facilitar a nossa locomoção.” Segundo Delegado Provincial da Associação, Afonso Lima, mesmo sem divulgar o número exacto de pessoas, com deficiência visual em Nampula, afirmou que menos de 30%possuem a bengala branca.

“Uma pessoa que não consegue, pelo menos, um mata-bicho ou almoço, como vai conseguir uma bengala branca, que custa por aí, quatro mil meticais. Mesmo a nossa Direcção Nacional, agora não dispõe de parceiros que ofereçam este tipo de material”, lamenta Afonso Lima.

Além da bengala branca, essencial para auxiliar na locomoção de indivíduos com deficiência visual, também enfrenta o problema de falta de materiais em Braile, que podem facilitar a leitura para aquela camada social.

“Mesmo Braile não conseguimos, para dar aos nossos colegas, irmãos e crianças, que é para conseguirem escrever a grafia Braile.” Raufa Faizal