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Aumentos inexplicáveis do preço dos produtos alimentares deixam população de Nampula desesperada
Cidadãos residentes na cidade e província de Nampula mostram-se preocupados pela subida galopante e “injustificada” dos preços dos produtos de primeira necessidade, principalmente o óleo alimentar. As autoridades da inspecção das actividades económicas reconhecem, mas também não sabem as causas que originaram os aumentos, sobretudo do óleo.
Até antes, no mês de Setembro, o preço do saco de 25 quilogramas de arroz aumentou de 1750 para 1770 meticais, enquanto o litro de óleo de cozinha não refinado, o mais utilizado pela população de Nampula, passou de 600 para 800 meticais. Além disso, o custo do favo de ovos subiu de 250 meticais para 390 meticais, entre outros produtos.
Os cidadãos entrevistados pelo Rigor estavam cientes de que a qualquer altura os preços dos produtos de primeira necessidade poderiam subir, mas as suas previsões apontavam para o mês de Dezembro, período em que há mais procura dos produtos, por conta da quadra festiva do natal e do fim de ano. Mas não entendem as razões que levam ao aumento do preço dos produtos nos últimos dias, uma situação que consideram preocupante, devido à crise financeira que continua a apertar “os bolsos”.
Macabuli Mamudo Madeira, uma cidadã entrevistada pelo nosso jornal, admirou a subida dos produtos alimentares e antevê piores cenários nos próximos dois meses, por conta das festas.
“Os preços neste momento estão muito elevados, em relação aos meses anteriores. Por exemplo, o óleo alimentar refinado estava entre 660 a 670 meticais, mas agora oscila entre 840 a 850 meticais, mesmo o arroz, no caso o da marca urbana fresca estava 1.730 meticais, mas agora custa 1.850 meticais”, lamentou.
A nossa entrevista não sabe quais são os principais motivos que causaram a subida de preço dos produtos alimentar, suspeita que “isto está relacionado com o período de proximidade da quadra festiva, digo isso porque no passado mês de Setembro os preços do arroz variavam entre 1.730 meticais a 1.740 meticais, agora os preços estão muito elevados. Mesmo o ovo, um favo que custava 250 meticais agora oscila entre 270 meticais a 280 meticais, para dizer que até Dezembro pode chegar a 300 meticais ou mais. Até no mês de Novembro, os preços estarão mais elevados, vejamos até este período que falamos que são finais de Outubro os preços estão assim, imagine que no final de Novembro os preços vão disparar, é o que vejo”, afirmou.
A cidadã Macabuli pede às autoridades responsáveis na fiscalização dos produtos alimentares para colocar ordem no mercado, de modo a reduzirem os preços dos produtos, particularmente os de primeira necessidade.
Agirate Caetano, outra cidadã entrevistada pelo Rigor, suspeita que as sucessivas manifestações populares, que acontecem um pouco por todo o país, e o aproximar da quadra festiva podem estar a influenciar na subida dos preços.
“Os preços têm de a subir, não sei se é pela quadra festiva que se avizinha ou se é por conta da situação das manifestações. Eu pude notar a subida do óleo que estava a 750 meticais, agora subiu para 840 meticais, tem a questão do arroz custava 1.650 meticais agora existem lojas que fazem 1.750 meticais a 1.800 meticais, falo concretamente do arroz da marca Royal Gold, e dentre vários produtos que eu pude notar. Mesmo o ovo também subiu agora aproximadamente 300 meticais contra 250 meticais que antes era vendido”.
Agirate Caetano disse que esta situação sufoca muitas famílias, tendo em conta o actual custo de vida aliada a crise financeira, daí que pede a intervenção das autoridades reguladoras das actividades comerciais a trabalharem com os comerciantes, no sentido de baixarem os preços.
“Ainda estamos no final de Outubro, mas estamos a enfrentar subidas de preços, isso, na verdade, preocupa. Como serão os preços nos próximos meses? Pedimos a quem é de direito que passe a fazer uma fiscalização dos produtos aos comerciantes, para que eles não venham especular os preços antes de pelo menos chegar o período festivo”, apelou.
INAE diz que os produtos estão estáveis
As autoridades da Inspecção Nacional das Actividades Económicas (INAE) em Nampula, dizem que têm desencadeado trabalhos de fiscalização em diferentes estabelecimentos comerciais ao nível da província, mas constatam que os preços dos produtos de primeira necessidade continuam estáveis.
O delegado provincial da Inspecção Nacional das Actividades Económicas, Silvano Alexandre, referiu que o único produto que sofreu alterações no preço, neste momento um pouco por toda a província, é o óleo alimentar, e diz desconhecer as causas que ditaram a subida do valor de comercialização.
“Neste momento, o INAE faz trabalho de fiscalização sobretudo na área de produtos alimentares, e o produto que neste momento nos preocupa é o óleo alimentar que registou uma ligeira subida, mas envidamos esforços para entender com os produtores sobre quais foram as causas que levaram a subida desse produto. Em relação aos outros produtos, refiro-me a arroz, farinha de milho e açúcar, continuam a ser praticados os preços anteriores”, disse o delegado Silvano Alexandre.
O delegado da INAE garante que até ao momento não há escassez de produtos alimentares e que existem quantidades suficientes para fazer face à quadra festiva, razão pela qual grande parte dos produtos continuam a ser praticados com os preços normais.
“Queremos acreditar que os preços normais irão continuar, neste momento não registamos escassez de nenhum produto, tudo indica que temos em quantidade de vários produtos alimentares”, disse.
Silvano Alexandre entende que, em relação à subida de outros produtos, só pode estar relacionado a especulação, por parte dos vendedores que pretendem ganhar dinheiro através dessa prática; por isso, apela os cidadãos a denunciarem.
“Existem alguns vendedores desonestos que aproveitam este período que se aproxima a quadra festiva para especular os preços dos produtos, com intenção de ganhos exagerados de lucros, nós como a INAE estamos no terreno a tentar controlar esta prática e se constatarmos que realmente há violação dos preços dos produtos não vão tolerar. Queremos apelar aos consumidores para que se constatarem um determinado produto que está a ser vendido a um preço especulativo, a comunicarem a INAE”, exortou.
A fonte apelou igualmente aos agentes económicos a aplicarem os preços recomendados, sem exceder a margem de lucros, assim como a não comercializarem produtos fora do prazo, por conta da maior procura dos mesmos. Losangela Mussa
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