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POLÍTICA

Wilson Nicaquela: “RENAMO fragilizada regressa às zonas rurais, FRELIMO confortável e MDM mais vulnerável do que em 2019”

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O académico e analista político Wilson Nicaquela, afirma que a campanha eleitoral prestes a começar, vai acontecer num momento em que a Renamo está a voltar para às zonas rurais de onde havia saído, enquanto a Frelimo se encontra bastante confortável, porém não tão fortalecida. Já o MDM chega a as eleições de 2024, em uma posição muito mais vulnerável do que em 2019, devido à ausência de seu principal líder, Daviz Simango.

“Apesar de ter mencionado em uma entrevista anterior que a Renamo poderia desaparecer, não completamente, o partido já possui uma estrutura consolidada. No entanto, está perdendo o prestígio que havia conquistado, principalmente entre os jovens, como mencionei anteriormente”, comentou Wilson ao avaliar a situação da RENAMO, dias antes do início da campanha eleitoral.

Wilson está completamente certo de que a RENAMO não vai poder nessas eleições, contar com um suporte sólido nas áreas urbanas e suburbanas.

Segundo Nicaquela, a RENAMO terá a oportunidade de voltar para as áreas rurais de onde se originou. Apesar da maioria da população moçambicana viver nessas regiões rurais, a verdadeira força eleitoral encontra-se nos centros urbanos e periurbanas, onde a RENAMO não tem mais tanto apoio, o que a deixará em uma posição vulnerável.

“O que vai acontecer é que a RENAMO vai perder o apoio substancial nas zonas urbanas e será um partido meramente rural”

Wilson afirma que os episódios em Tete, nos quais Ossufo Momade, líder da perdiz, foi atingido por pedras, são apenas o início. O analista prevê dias difíceis para a RENAMO. Na província de Nampula, já se especula que Ossufo não é bem-vindo, tanto na cidade de Nampula quanto em Nacala.

“Não é nada surpreendente, é um acontecimento que está por vir, especialmente nas grandes cidades e aqui na região Norte, principalmente em locais como Nacala e até mesmo na cidade de Nampula. Alguns distritos podem ganhar popularidade, especialmente distante das sedes das vilas. Ossufo Momade precisará reforçar sua segurança, mas isso só será possível com o apoio do Estado. No entanto, se for uma segurança simples, com um número reduzido de pessoas, não conseguirá conter a onda de insatisfação que está presente entre os jovens”, afirma Wilson.

FRELIMO bastante confortável

Conforme as palavras de Wilson Nicaquela, o Partido FRELIMO está bastante confortável para a campanha que começará no próximo final de semana, e ele arrisca dizer que, embora não esteja completamente fortalecida, é o partido que provavelmente sairá vitorioso nas eleições.

“A FRELIMO vai cómoda nas eleições, como uma garantia de Vitória, poderá não ser necessariamente folgada em função da ira popular.” Segundo Wilson, o Partido FRELIMO está seguro nas eleições, porém a vitória pode não ser tão fácil devido à insatisfação popular, que pode encontrar apoio num partido que não seja nem o MDM, nem a RENAMO. Ele ressalta que, apesar da coesão aparente no Partido FRELIMO, ainda existem divisões internas significativas.

“Com o decorrer do tempo, o Partido FRELIMO aprendeu com as diversas crises enfrentadas, logo, qualquer crise que surgir dentro do partido FRELIMO não será nada inédito. Actualmente, o Partido FRELIMO está passando por crises, porém não são crises de crescimento, o Partido FRELIMO possui maturidade suficiente para encontrar soluções quando confrontada com dificuldades”, declarou.

MDM enfraquecido

Segundo Wilson Nicaquela, especialista académico, o Movimento Democrático de Moçambique chega às sétimas eleições gerais em uma situação mais vulnerável do que em 2019, em parte pela ausência do seu principal líder, Daviz Simango, que morreu em 2021.

Segundo ele, as próximas eleições serão as primeiras onde o MDM participará sem a presença proeminente de Deviz Simango, que era o cartaz do partido. De acordo com Nicaquela, o MDM encara esse pleito como uma oportunidade de aprendizagem, porém com a possibilidade de diminuir sua representatividade no parlamento.

“Na minha opinião, nestas eleições o MDM terá que se adaptar para conseguir sobreviver sem essa figura. Dessa forma, não obterá grandes vantagens, pelo contrário, arrisca diminuir o número de deputados. Eu acredito que o MDM actualmente tornou-se pouco relevante e limitou-se a um partido regional, o MDM tem importância na cidade da Beira, mas não tem relevância em toda a província de Sofala”.

Novo movimento político pode ascender ao parlamento

 Ao analisar a situação actual da política moçambicana, Nicaquela observa que, prevê que as duas principais oposições no parlamento possam diminuir seu número de representantes em favor de uma terceira força. No entanto, para que isso aconteça, o académico ressalta a importância de os demais partidos da oposição estabelecerem alianças. Além disso, ele destaca a Nova Democracia como uma oposição mais próxima ao parlamento, mas isso dependerá não apenas das promessas feitas durante a campanha, mas também da relação com as outras forças opositores concorrentes nas eleições de 9 de Outubro.

“Acredito que, caso houvesse boas propostas da Nova Democracia e uma aliança com outras personalidades, seria possível que o MDM fosse colocado em quarto lugar. Porém, devido a esses acordos, muitas vezes secretos, as chances disso acontecer no cenário político actual são reduzidas devido às rivalidades existentes”. Raufa Faizal

 

 

 

 

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