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Tomás Viera Mário diz que a promessa de construção da ponte sobre o rio Larde não apaga os estragos feitos pela Kenmar em Topuito

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O Jornalista moçambicano, Tomás Viera Mário, afirma que o acordo obtido pelas comunidades de Topuito durante as manifestações 4×4 na semana passada, a respeito da construção da ponte sobre o rio Larde, representa uma significativa conquista para os moradores do distrito de Larde, que esperavam há bastante tempo por essa obra. Contudo, ele ressalta que a ponte não é suficiente para compensar os danos causados pela empresa àquela comunidade, especialmente a destruição do monte Philipo.

Tomás Mário, director da SEKELEKANI, uma organização dedicada à promoção da comunicação voltada para o desenvolvimento, afirma que, além da ponte, a comunidade também deveria reivindicar a construção de um farol, que foi demolido na área para dar lugar ao empreendimento da KENMARE.

A Sekelekani é uma das organizações que viveu parte das promessas da empresa e do governo para a construção da ponte sobre o rio Larde.

Tomás Viera Mário recorda que, há cinco anos, surgiu uma séria crise de relacionamento entre a comunidade de Topuito e a Kenmare. A empresa desejava expandir a área de extracção de areias pesadas para um local que abrigava uma floresta sagrada para a comunidade, conhecida como monte Philipo.

“A comunidade dizia ser nesta floresta onde residem seus espíritos protectores, representados por uma serpente. Por isso esta floresta não podia, de forma alguma, ser destruída. Porém, a empresa não queria ouvir. E ela tinha, aí (como sempre!) o apoio incondicional do Governo”.

Tomás Viera Mário afirma que a luta da comunidade foi duradoura e firme, em protecção de sua floresta sagrada.

“Mas contra ela intensificou-se continuamente a pressão da Kenmare, apoiada pelo governo provincial. Nisto, um dia, o líder/régulo da comunidade é convidado para um encontro nos escritórios da empresa. No final desse encontro, cujo conteúdo ninguém soube, uma viatura da empresa leva o regulo de volta para casa, aonde vai morrer, pouco depois, inexplicavelmente”, conta Tomás Viera Mário e continua:

“O ambiente tornou-se convulsivo, com a comunidade suspeitando do envenenamento do seu líder. O consenso a alcançar era no sentido de expansão da área a explorar, mas preservando-se um espaço mínimo de respeito pelos valores e crenças da comunidade, no Monte Philipo. Porém, um dia, o Governo Provincial organizou uma reunião à porta-fechada com alguns representantes da comunidade, da qual estes iriam sair comum acordo. Nos termos deste acordo, a comunidade cedia a sua floresta sagrada à Kenmare e, em troca, ia construir uma ponte ligando Topuito à Vila de Larde”.

Tomás Viera Mário ressalta que o entendimento alcançado na semana anterior em meio a pressão é uma vitória para a comunidade, mas que ainda assim não é suficiente para compensar os danos causados pela Empresa ao afectar o monte Philipo. Ele solicita que a KENMARE instale um farol na comunidade.

“A destruição da floresta provocou danos muitos maiores. A ponte não é suficiente para compensar, a outra utilidade daquele monte era de que ele servia de farol para os pescadores e eu acho que a KENMARE deve construir um farol para a comunidade ir à pesca”, disse Tomás viera Mário.

Recorde-se que em apoio à comunidade de Topuito, SEKELEKANI produziu e divulgou um vídeo, onde denunciava as “manobras” da Kenmare.  Vânia Jacinto

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1 Comment

1 Comments

  1. José Luís Simão

    Dezembro 9, 2024 at 4:19 pm

    Moçambique em chamas e não percebemos.

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