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SOCIEDADE

Tio Salimo à oposição: “ Dispam-se das bandeiras e vistam a causa de Nampula”

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Numa província historicamente marcada por intensas disputas partidárias e conflitos eleitorais, o governador de Nampula, Eduardo Abdula, lançou um apelo direto à união dos diferentes actores políticos, defendendo que é tempo de abandonar as amarras partidárias e trabalhar juntos em prol do desenvolvimento da província.

“Temos que nos despir desses princípios, desses preconceitos e começarmos a nos aproximar”, afirmou o governador, sublinhando que todos os moçambicanos devem ser chamados a contribuir com ideias, independentemente da sua filiação política. “Os nossos irmãos dos outros partidos também têm ideias, também têm projetos, concorreram para as eleições, tentaram concorrer. Prontos, nós estamos no poder. Mas vamos lá, aproximar.”

Segundo Abdula, a inclusão é um motor essencial para o progresso e uma marca que tem procurado imprimir na sua governação. “Inclusão é extremamente importante. Nós temos de trabalhar todos. Temos que, independentemente daquilo que eu disse, tenho dito e continuo a dizer, a viva voz do som alto: é preciso chamar todos os bons filhos desta província, deste país, e para estarmos a trabalhar juntos, buscar ideias.”

O governador explicou que a governação não deve ser vista como um exercício exclusivo da estrutura estatal, mas como um processo aberto à escuta e participação plural. “Trabalhar não significa pôr cinco governadores ou cinco diretores da mesma área, significa ouvir, escutar, com outras sensibilidades, independentemente das suas preferências políticas ou partidárias.”

Como exemplo prático desse espírito de inclusão, Eduardo Abdula revelou que tem vindo a convidar com regularidade os chefes das bancadas da Assembleia Provincial para acompanharem as visitas aos distritos. “Nas viagens em que eu faço de visita aos distritos, eu levo as bancadas representadas na Assembleia Provincial. Eu já viajo com os chefes de todas as bancadas, convido com uma certa antecedência, respondem positivamente, e a última viagem que fizemos foi ao Monapo. Estávamos com todas as bancadas, excepto uma, porque infelizmente estava ausente e não indicaram ninguém.”

O governador enfatizou que este compromisso com a inclusão não deve ser apenas discursivo. “Esta ideia não é só falação, não pode ficar só da boca para fora. Nós, aqui na província de Nampula, queremos que todos os partidos políticos venham a dar a sua contribuição.”

Numa linguagem simples e directa, apelou à consciência colectiva e ao envolvimento de todos: “Quando chegar o dia do desafio, daqui a cinco anos, vamos entrar no ringue e vamos nos desafiar e ver isso melhor. Mas agora quero que todos os moçambicanos, na minha província, na província de Nampula, tragam o seu saber para juntos desenvolvermos isso.”

Para reforçar o apelo à acção conjunta, Abdula recorreu a uma metáfora com forte carga simbólica: “Não é só o governador que vai comer o milho produzido, não é só o governador que vai comer o feijão produzido na província de Nampula. Todos os cidadãos, vamos comer esse feijão produzido, então vamos lá produzir juntos. É isso que eu chamo de inclusão.”

Com este posicionamento, o governador procura romper com a tradição de governações fechadas e polarizadas, propondo uma nova abordagem baseada na escuta, participação e responsabilidade partilhada. Um caminho que, segundo ele, pode fazer de Nampula uma província modelo na promoção da coesão política e social. Faizal Raimo

 

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