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População de Namicopo sente o peso das manifestações com a falta de serviços públicos
Os moradores do populoso bairro de Namicopo, na cidade de Nampula, reportam estar sentindo a falta de infraestruturas públicas, destruídas devido às manifestações violentas que têm ocorrido em diversas partes do país desde o dia 21 de Outubro, logo após as eleições gerais.
Há algumas semanas, o bairro perdeu os serviços notariais devido à queima parcial do posto administrativo urbano de Namicopo que abrigava esses serviços.
Nesta semana, a situação se agravou com a destruição da terceira e da quinta esquadra, da Escola Secundária Marcelino dos Santos e do Centro de Saúde de Namicopo.
Actualmente, o Posto Administrativo de Namicopo, o mais populoso da cidade de Nampula, conta apenas com o Centro de Saúde de Namiepe, que não consegue atender à demanda da população. Além da limitação no atendimento, o hospital fica bastante distante, o que torna ainda mais difícil para os moradores, já que o centro de saúde destruído em Namicopo atendia a maioria da comunidade local. A senhora Argentina António, em entrevista ao Rigor, expressou a sua tristeza pela perda de um hospital que sempre foi essencial no tratamento das doenças da população.
“A destruição do Centro de Saúde de Namicopo, é que me doeu muito, apesar de que as outras infra-estruturas são importantes, no Centro de Saúde de Namicopo tínhamos um atendimento 24 horas por dia, sem interrupção. Assim estamos mal, porque o Centro de Saúde de Namiepe que nos restou, mesmo quando este funcionava, não respondia à procura. Era normal uma pessoa ir para lá às 7 horas e ser atendida só às 15 horas, por isso estamos mal, nem sei onde vamos terminar” considerou a senhora Argentina António.
Um homem idoso, que falou com a nossa equipe de reportagem, mas preferiu permanecer anónimo, expressou a sua tristeza e afirmou que aqueles que provocaram a destruição do Centro de Saúde de Namicopo não fizeram uma escolha acertada, pois não consideraram as consequências futuras.
“Esse hospital quem destruiu são pessoas que vinham aqui para tratar as suas doenças e dos seus filhos, mas não pensaram no futuro, apenas fizeram o mal, e já sofremos, porque se irmos noutros hospitais, nos deparamos com enchentes que não são de brincadeira, por isso não vejo a hora dessas coisas acabarem e voltarmos ao normal” disse o idoso.
A ausência do Centro de Saúde de Namicopo é sentida, assim como a falta da esquadra e dos serviços notariais oferecidos no Posto Administrativo Urbano de Namicopo, essenciais para a comunidade.
“Aqui vivemos uma situação muito preocupante, não temos esquadras, e o nosso bairro é considerado o mais criminoso, assim arriscamos sermos agredidos no meio do dia, ou mesmo sermos assaltados nas nossas casas, e mesmo conhecendo quem nos fez mal, não termos como resolver porque não há onde recorrer, por isso só Deus é que pode nos salvar” disse Selemane Victor.
Isac Abubacar, outro morador entrevistado em Namicopo, partilha a sua experiência angustiante de ter uma instituição destruída. Quando o Posto Administrativo de Namicopo foi destruído, Isac tinha uma declaração por levantar, e agora enfrenta grandes dificuldades em lidar com novas declarações, já que precisa realizar novos pagamentos.
“Eu tinha um documento por levantar no posto administrativo, e com a destruição, significa que já perdi tudo após fazer os pagamentos, e o mais caricato ainda, é que não tem um sítio onde vou fazer de novo, tratando-se de uma declaração de aquisição de espaço, um documento muito importante porque a pessoa que me vendeu pode dizer que não paguei, e eu não terei como justificar, se não tenho a declaração”. Celso Alfredo
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