SOCIEDADE
ONG usa jornalistas na investigação e denúncia de casos de corrupção
Jornalistas de diferentes órgãos de comunicação social do país e activistas das organizações da sociedade civil poderão ser envolvidos na luta contra a corrupção, através de investigação e monitoramento de processos judiciais até a responsabilização dos implicados nos casos, numa acção desencadeada pelo Centro de Integridade Pública (CIP).
Isso acontece numa altura em que o país é tido como um dos piores a nível global em termos de corrupção, comparado com outras nações do mundo.
Moçambique continua posicionado nos piores lugares de corrupção a nível global, ocupando o 26º lugar em dois anos consecutivos, dos 180 países avaliados até o ano passado.
O CIP diz-se preocupado com o actual cenário de corrupção, por entender que o mesmo tem retraido o desenvolvimento do país. Zenele Chilundo, oficial de Programa de Combate à Corrupção, no Centro de Integridade Pública, citou as dívidas ocultas, por exemplo, cujos envolvidos nos subornos foram julgados e condenados no ano passado, como um dos casos mais candentes e prejudicial à economia moçambicana.
E para travar o fenómeno, a organização está a envolver jornalistas e activistas das organizações da sociedade civil como actores e parceiros da luta contra o mal, através de um projecto de formação e acompanhamento dos jornalistas, com duração de três anos.
A formação iniciou em princípios deste mês e poderá beneficiar a mais 150 jornalistas e 20 activistas, em matéria de investigação de casos de corrupção e no monitoramento dos processos judiciais, desde as denúncias até ao seu desfecho.
“Acreditamos que para além da frente judicial é preciso engajar os outros actores relevantes que podem contribuir com os seus trabalhos na prevenção e combate à corrupção”, disse Zenele.
Ele acrescentou que a estratégia vai funcionar e augura bons resultados. “Jornalistas capacitados em monitoria e reporte dos processos sobre a corrupção vão despertar a sociedade a necessidade de ser cada vez mais vigilantes relativamente a estas práticas, para além de encorajá-los na denúncia dos crimes de corrupção. E acreditamos que através da divulgação dos órgãos de comunicação social dos casos de corrupção assim como os implicados vai reduzir a corrupção em Moçambique”, disse.
Jornalistas dispostos, mas pedem apoio financeiro
Os jornalistas selecionados no treinamento estão dispostos e juntar-se à causa, por considerarem preocupantes os níveis de corrupção em que o país se posiciona e o quão retrocede o desenvolvimento. Mas além de formação, querem, igualmente, abertura de pacotes de financiamentos para custear as despesas de investigação.
Adina Sualehe, jornalista freelancer da Voz de América em Nampula, considera que “o envolvimento dos jornalistas no combate à corrupção pode surtir efeito, e, aliás tem surtido porque se notamos que a maioria dos casos em Moçambique e no mundo que têm sido seguidos pelas autoridades é porque os jornalistas tiveram o seu envolvimento, e por causa da pressão que fazem a resolução dos casos”, referiu.
Para Esmeraldo Boquisse, do Jornal Ikweli, “os órgãos de comunicação social, sobretudo os independentes, devem estabelecer parcerias para garantir que o jornalista tenha todos os meios disponíveis, sobretudo financeiros, para dar continuidade a um processo de investigação”. Entretanto, Zenele Chilundo garantiu que o CIP vai apoiar os jornalistas e entende que não há a melhor forma de incentivar os jornalistas senão criar meios para que estes possam ter interesse para investigar os casos de corrupção e ajudar na redução da prática deste crime.
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