OPINIÃO
O meu último comentário sobre o caso Lilwayne e Dra. Iveth

Tenho recebido muitas mensagens privadas, acusando-me de defender a Dra. Iveth Marlene e de não gostar do Munna Lilwayne. Quero deixar claro desde já, não se trata de gostar ou não. Gosto de todos, mas não simpatizo com certas atitudes, o que para mim, é absolutamente normal. Neste caso, não me agradaram comportamentos anteriores do “Pai do Meque”. Que isso fique bem claro.
Sobre o assunto em debate: primeiro, não concordo com o valor fixado como indemnização. No entanto, concordo que já era tempo de colocar um travão no Munna. A lista de pessoas que ele já ofendeu é longa — Mr. Ama, Professor Lady, Fred Jossias, entre outros. E qual foi o “pecado” dessas pessoas? Apenas terem dito que o Munna não tinha capacidade comparável aos referidos artistas. Se isso é verdade ou não, cabe a cada um de nós analisar.
Em relação ao caso com a Dra. Iveth Mafunza, há quem diga que foi ela quem começou. Mas, no ordenamento jurídico moçambicano, é proibido fazer justiça com as próprias mãos. E foi exactamente isso que o Munna fez: sentiu-se provocado e decidiu resolver a questão com violência, levando um martelo contra quem supostamente o provocou. Dai que a suposta vítima achando-se injustiçada recorreu o que o estado de direito recomenda, usar as autoridades competentes. Resultado? O Resultado disso é o que estamos a ver e ouvir agora. Na gíria Emakhuwa há um ditado que diz “Muthuu onnithekeliwa, kuvirikaniha kutheka” ou seja, “Podes ser provocado, não saber gerir a provocação, acabares sendo o provocador”
Se quiserem experimentar, matem um ladrão dentro do vosso quintal e verão que, mesmo sendo em defesa própria, podem acabar presos. Assim como o Munna “ganhou” na altura usando os seus meios, agora a outra parte também usou os dela e está a ganhar. Não vejo onde está a injustiça nisso.
Sobre o valor fixado para indemnização, sim, é exorbitante. Mas não foi a Iveth que criou esse sistema. O problema está nas nossas leis. Recentemente falei numa entrevista sobre como as penas em Moçambique não fazem sentido: ladrão de votos devia ser mais penalizado do que alguém que comete difamação. Um homicídio chega a se pagar 100 mil meticais e um difamador pode ser condenado a 30 milhões? Quem pode reparar um morto? Ninguém. Mas este é o quadro legal que temos.
A Iveth pediu 15 milhões por danos à sua honra. O tribunal reduziu para 4 milhões. Chorem, riam, reclamem… mas foi essa a decisão. Claro, até então pois com o recurso pode vir alterar. Uma possibilidade
Agora, sobre o tribalismo: sou das poucas pessoas que falei e falo abertamente sobre isso. Já trouxe à baila o caso de Gabriel Júnior, o de Venâncio Mondlane e até os óbitos nas manifestações em Nampula — que, mesmo durando poucas horas, resultaram em mais mortes que protestos em Maputo. Isso mostra que o tribalismo existe sim, mas neste caso específico, não tenho dados suficientes para afirmar que esteja relacionado. Teríamos de saber quem foi o juiz, o procurador, o escrivão — e de onde são.
O que me surpreende é ver agora os Amakhuwas a falarem de tribalismo por causa do Lilwayne. Será que é este o momento certo para entrarmos nessa discussão? Cuidado com a lama em que nos estamos a meter.
Repito o que sempre disse: ofender a Iveth Mafunza nas redes sociais, não resolve nada. Se queremos apoiar o Munna, aconselhemo-lo a resolver a situação de forma extra-judicial. Um pedido de desculpas — mesmo que não seja público — talvez baste para que a Iveth ceda. Fala-se tanto de humildade nas redes sociais. Pois bem, este é o momento ideal para praticá-la.
Abraço-te, Munna.
E que o Santo Padre, em Roma, descanse em paz.
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