SOCIEDADE
Médicos e profissionais de saúde marcham em repúdio a violência policial em Nampula
Um grande grupo de médicos e profissionais de saúde em Nampula, no Norte de Moçambique, foi às ruas na manhã de Quarta-feira (06.11) para protestar contra as violências policiais que têm resultado em ferimentos e mortes, na sequência das manifestações organizadas pelo candidato à presidência Venâncio Mondlane.
Os médicos e demais profissionais de saúde decidiram dizer um basta às manifestações violentas, por entenderem que as mesmas sobrecarregam-lhes e ao sector de saúde no geral, uma vez que são forçados a cuidar muitos pacientes com ferimentos, num contexto em que grande parte das unidades sanitárias do país depara-se com falta de materiais médico-cirúrgico e bem como medicamentos.
Eduarda Correia, em representação dos médicos e profissionais de saúde em Nampula, explicou aos jornalistas que a ideia daquele movimento era de fazer ouvir a sua voz aos protagonistas das manifestações sobre a necessidade de se acabar com actos violentos.
“Não queremos violência! Tendo em conta que nós estamos nessa situação de tumultos e em última circunstância é o hospital que acaba assistindo às vítimas de baleamento, e como todos nós sabemos não temos condições para poder atender a demanda causada pelos actos violentos. Por isso, a maior mensagem é não a violência, mas que cada um saiba como é o momento de fazer a manifestação”, disse.
Às autoridades policiais, uma das partes consideradas promotoras da violência, resultando em mortes e feridos, os médicos deixam um recado no sentido de pararem de maltratar o povo.
“A Polícia não baleie a população, porque nós somos a população também. E exortamos que cada manifestantes faça as marchas de forma pacífica e que a Polícia faça a sua missão de defender. Não queremos receber pessoal ferido, basicamente está é a mensagem”.
Ainda assim, Correia diz que a equipa dos profissionais de saúde em Nampula está preparada para atender a demanda de procura de cuidados médicos nestas manifestações, porém as unidades sanitárias não possuem condições para tratar maior número de feridos e mortes.
“É importante a gente defender de forma pacífica o direito humano, o direito à vida, porque o nosso lema é o maior valor é a vida, portanto, enquanto tiramos a vida humana drasticamente, nós estaremos com algum problema de poder dar tratamento a este pessoal. Nós não temos condições de poder tratar toda aquela paciente vítima de baleamento, temos falta de sangue, de leito, possivelmente até que a morgue pode estar saturada, não ter espaço”, explicou Eduardo Correia.
Num outro desenvolvimento, nosso entrevistado revelou que, devido ao medo e instabilidade que se tem instalado em manifestações em curso, alguns profissionais de saúde têm abandonado as suas actividades, comprometendo o normal funcionamento das unidades sanitárias.
“Basicamente, nós respondemos aos serviços de emergência, porque um e outro funcionário fica com medo durante a distância que percorre de cruzar a qualquer momento com os manifestantes e ser barrado. Mas ainda continuamos a trabalhar, oferecendo serviços essenciais”. Vânia Jacinto
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