SOCIEDADE
Governo de Nampula diz que infra-estruturas destruídas sugerem má qualidade de material de construção e falta de manutenção

O governador de Nampula, Eduardo Abdula, que esteve de visita nos distritos de Mossuril e Ilha de Moçambique entre os dias 28 e 29 de Janeiro corrente, afirmou que o grande número de danos às infraestruturas públicas e privadas causada pelo ciclone DIKELEDI, indica a utilização de materiais de construção de baixa qualidade nas obras.
Além de inúmeras residências destruídas em ambos distritos, há hospitais, centros de saúde, secretarias locais, postos administrativos e diversos edifícios que abrigam serviços distritais destruídos. Eduardo Abdula afirma que a maioria das destruições ocorreu devido à baixa qualidade dos materiais utilizados na construção e à falta de manutenção regular.
“Durante a visita a Mossuril e Ilha de Moçambique, na costa, percebe-se que a erosão é uma preocupação muito grande, e todos os materiais e equipamentos utilizados demandam manutenção regular. É evidente que essas obras carecem dessa atenção”, afirmou o governador de Nampula, que deixou ambos os distritos com a impressão de que as autoridades locais estão se empenhando em ajudar a comunidade a se reerguer e superar as dificuldades.
“Utilizando os recursos disponíveis e aproveitando o que os governos locais podem oferecer, os municípios das duas áreas visitadas estão buscando solucionar a questão. Estamos trazendo alguns materiais que ajudarão a reduzir o sofrimento da população”, afirmou o Governador, que valoriza a actuação de diversas organizações humanitárias que se uniram para melhorar as condições de vida das comunidades, não apenas nos dois distritos mencionados, mas também nas outras áreas afectadas pelo DIKELEDI.
“Possuímos parceiros colaborativos que estão ao nosso lado, enfrentando essa situação que todos nós pudemos observar. É um grau de destruição que parte o coração”.
DESIGUALDADE DE CONDIÇÕES ENTRE OS DISTRITOS NO ARRANQUE DO ANO LECTIVO ESCOLAR EM NAMPULA
O governador de Nampula afirmou que a província não terá um início do ano lectivo igualitário em todos os distritos, uma vez que alguns distritos poderão iniciar as aulas com várias escolas em condições precárias em decorrência dos danos causados pelo ciclone DIKELEDI.
Falando durante a avaliação da visita de dois dias aos distritos mais impactados, especialmente Mossuril e Ilha de Moçambique, Eduardo Abdula comentou que o governo está empenhado em assegurar que, apesar das condições difíceis enfrentadas por algumas regiões, o início do ano lectivo escolar decorra com as condições mínimas nas escolas. “Temos livros didácticos danificados e estamos realizando um levantamento para identificar o que temos disponível em Nampula, a fim de proceder com a reposição e tentar iniciar o ano lectivo escolar de forma mais organizada. Quero ressaltar que o arranque do ano escolar nesta Sexta-feira não será uniforme em todos os distritos, pois em alguns distritos não conseguiremos garantir que as salas de aula estejam adequadamente preparadas para um funcionamento normal”, afirmou Abdula, anunciando iniciativas para mitigar a situação.
“Solicitei ao meu director de Obras Públicas que permanecesse nos dois distritos para liderar o levantamento da pesquisa que resultará na recuperação do que foi destruído”.
O administrador do Distrito de Mossuril, Alfredo Machaieie, relatou que aproximadamente 299 salas de aula, na sua maioria em condição precária, foram totalmente danificadas pelo ciclone DIKELEDI, afectando gravemente o distrito.
“Em salas de aulas convencionais onde, por exemplo, a cobertura foi danificada, estamos empenhados em reinstalar as mesmas chapas de zinco para proporcionar alguma sombra, visando o início do ano lectivo. A comunidade, por sua vez, está lidando com os danos das residências, e com o auxílio dos conselhos escolares, também está reconstruindo algumas salas de aula para assegurar o arranque das actividades. Da mesma forma, estamos colaborando com parceiros para disponibilizar tendas que possibilitem o arranque das aulas”.
Na Ilha de Moçambique, aproximadamente 71 salas de aula foram danificadas, sendo 68 delas parcialmente, especialmente na parte da cobertura, enquanto três foram completamente destruídas, afectando cerca de 10 mil alunos e 211 professores, que se veem obrigados a assistir às aulas e leccionar ao ar livre.
“A recuperação da cobertura das escolas não vai acontecer neste momento. O que estamos realizando como Distrito, após a passagem do ciclone DIKELEDI, é a elaboração de um plano de reconstrução. Felizmente, estamos recebendo a visita do governador da província, que tem passado por diversas instituições de ensino. Em cada uma delas, ele solicita as informações detalhadas sobre os prejuízos e isso nos traz esperança. Além disso, como distrito, estamos empenhados em garantir que o ano lectivo escolar, que começa em apenas dois dias, no dia 31 de Janeiro, possa ser feito sem constrangimentos”, afirmou Bocasse Cadre, director do Serviço Distrital de Educação, Juventude e Tecnologia da Ilha de Moçambique. Vânia Jacinto
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